Natal está entrando definitivamente na era da violência pública explícita. Não bastasse o aumento brutal do numero de assassinatos banais nos bairros da periferia, agora a coisa fica cada vez mais sofisticada, nos moldes do que se pratica em outras capitais mais populosas e por isso, teoricamente, mais violentas.
O caso da queima de ônibus ontem a noite é um exemplo disso. Não obstante as razões do protesto contra o caos do transporte coletivo, que culminou com o fim da integração no sistema de transporte público, o mesmo descambou para atos de insanidade irresponsável. Certamente o caso terá desdobramentos a partir de hoje e vai dar muito trabalho ao MP, que desde ontem já havia ajuizado ação pelo retorno do beneficio.
Outro problema que já atinge níveis insuportáveis é o atual estado da nossa saúde pública. Por isso que desde o inicio da semana está havendo discussões sobre a possibilidade de haver intervenção federal no Hospital Walfredo Gurgel. Até agora as reuniões que tem havido entre Governo e representantes da Federação Nacional dos Medicos, da Associação Médica Brasileira e do Conselho Federal de Medicina, não apontam para uma solução prática.
A população mais pobre é a que mais sofre com esse estado de coisas. Afinal, é ela que usa o transporte público e é ela que superlota as dependências dos hospitais públicos. Mas agora todos começam a sofrer com esse conjunto de problemas que formam quadro tão dantesco. O reflexo dos problemas já passa a incomodar toda a comunidade. A partir da sujeira que campeia nas ruas da cidade, do caos no trânsito, do enfeamento das nossas belezas naturais, do abandono da orla, da falta de transporte coletivo, da dengue não debelada, da falta de leitos hospitalares, da violência desmedida, da sensação de descaso e da falta de comando.
Mayday! Mayday! Mayday! SOS Natal. SOS Natal. SOS Natal
Natal começa a virar terra de ninguém.