Na ocasião, a tonelada de cacau chegou a ser comercializada por US$ 11.040 na cotação da bolsa de valores de Nova York, uma alta de 163% na comparação com o mesmo mês em 2023.
Esse aumento é impulsionado pelos problemas climáticos nas lavouras dos maiores produtores do fruto do mundo, localizados na África. O continente representa 70% do fornecimento mundial da amêndoa. É o caso da Costa do Marfim, maior produtora, que sozinha gera 45% do cacau do planeta.
E isso afeta o chocolate brasileiro, já que o cacau é uma commodity, ou seja, o seu preço é definido internacionalmente.
Ao longo do ano passado, os produtores dos chocolates industrial e artesanal usaram estratégias para driblar a alta e não repassar o preço para os consumidores finais, como optar por mais mix de produtos e diminuir o tamanho da embalagem.
Mas isso pode ficar mais difícil na Páscoa, uma vez que a amêndoa usada para fazer o chocolate para o feriado foi comprada no segundo semestre do ano passado, quando o preço da amêndoa atingiu o pico.
Além disso, este ano terá menos ovos de chocolate sendo comercializados. Serão produzidos cerca de 45 milhões de unidades, uma queda de 22,4% na comparação com 2024, quando a fabricação foi de 58 milhões, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab).
A produção mundial de cacau teve o seu terceiro ano seguido de déficit em 2024. Isso significa que os países produzem menos cacau do que consomem, afirma Anna Paula Losi, presidente-executiva da Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC).
Desde a safra 2021/2022, os países já deixaram de produzir 758 mil toneladas, segundo a Organização Internacional do Cacau (ICCO).
Apesar de o Brasil contribuir com cerca de 4% da produção mundial de cacau, o país não consegue suprir a própria necessidade do fruto.
No ano passado, por exemplo, o mercado brasileiro demandou cerca de 229 mil toneladas, mas colheu apenas 179.431 mil, uma queda de 18,5% em relação a 2023.
O volume moído também representou uma retração na comparação com o ano anterior, quando foram industrializadas 253 mil toneladas. O principal motivo é a queda na demanda devido ao preço do chocolate, segundo a presidente-executiva da AIPC.
As expectativas para 2025 são de um possível aumento da produção mundial, com uma queda na demanda. Os dois fatores podem fazer com que o preço melhore.
“Em algum momento essa alta de preço chegou no consumidor e ele reduziu o seu consumo. As chocolateiras, não vendo muita vazão para o seu produto, também demandaram menos da indústria moageira”, explica Losi.
Contudo, a presidente-executiva diz que o mercado ainda é incerto e tudo depende da safra que está em andamento.
Para Queiroz, analista da consultoria do Itaú BBA, a expectativa é de que a safra na África seja melhor, por causa do clima mais amenos.
Outro ponto é que os produtores que conseguiram lucrar investiram na lavoura, bem como novos produtores decidiram entrar no mercado visando os altos valores de comercialização.
“Acaba se refletindo nos preços, mas não vai voltar aos patamares que eram há 2 anos. A gente vê os preços cedendo, mas vão seguir em patamares altos”, explica.
Isso porque o cacau leva entre 5 e 6 anos para dar uma boa safra, após o plantio. Então, os investimentos vão demorar para refletir na lavoura.
Para Bernardes, da Esalq/USP, os preços tendem a cair quando a safra africana finalizar e chegar ao mercado, podendo chegar a US$ 6 mil a tonelada. Mas, para o final do ano, os preços recordes podem retornar.
Fonte: G1RN
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