Os números mostram que a pandemia da Covid-19 tem arrefecido no Brasil. O número de mortes tem caído, a taxa de transmissão do coronavírus é a menor desde que começou a ser medida e a vacinação tem acelerado. Por quê, então, ainda é necessário utilizar a máscara?
A lista é baseada na opinião de especialistas, 5 motivos para continuar usando a proteção contra a Covid-19:
- A Covid é transmitida principalmente pelo ar
- Ambientes fechados e com aglomeração têm alto risco
- A vacina protege, mas não impede a transmissão
- A Covid pode deixar sequelas
- Novas variantes ainda podem surgir
Os números mostram que a pandemia da Covid-19 tem arrefecido no Brasil. O número de mortes tem caído, a taxa de transmissão do coronavírus é a menor desde que começou a ser medida e a vacinação tem acelerado. Por quê, então, ainda é necessário utilizar a máscara?
O g1 lista, com base em especialistas, 5 motivos para continuar usando a proteção contra a Covid-19:
- A Covid é transmitida principalmente pelo ar
- Ambientes fechados e com aglomeração têm alto risco
- A vacina protege, mas não impede a transmissão
- A Covid pode deixar sequelas
- Novas variantes ainda podem surgir
1. Transmissão pelo ar
Se no início da pandemia o foco era na limpeza das superfícies, uso de álcool gel e higienização de ambientes, hoje há um consenso entre os especialistas que o contato é responsável por uma parcela muito pequena das contaminações.
Estudos mostram que a principal forma de transmissão do coronavírus ocorre pelo ar por meio de aerossóis, partículas bem pequenas que permanecem flutuando e se acumulam quando estão em ambientes com pouca ventilação.
Por isso, o foco da prevenção deve ser em não compartilhar o ar com outras pessoas.
“Tem um cuidado que deve nortear as nossas decisões: é ao ar que você respira. Álcool gel, lavagem de mãos, têm o seu papel, claro. Mas o ponto determinante é o ar. Não dividir o ar com as outras pessoas”, afirma a epidemiologista Denise Garrett, que trabalhou mais de 20 anos no Centro de Controle de Doenças (CDC) do Departamento de Saúde dos EUA.
2. Ambientes fechados e com aglomeração
Nos lugares abertos e sem aglomeração, onde há boa ventilação, por exemplo, o risco de transmissão é muito baixo e a máscara pode nem ser necessária. Mas em ambientes fechados, mal ventilados, como no transporte público, uma máscara de boa qualidade, tipo PFF2, e bem ajustada no rosto, é essencial. É a única forma de garantir que não há troca de aerossóis com outras pessoas contaminadas e também de não contaminar ninguém.
“No dia que você tem que ir ao médico, lugar altamente exposto, você usa sua melhor máscara, de preferência uma PFF2”, explica Fernando Morais, do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP).
“Alguma máscara é melhor que nenhuma. As máscaras de pano reduzem a possibilidade de uma pessoa com Covid-19 contaminar outra. Mas em ambientes fechados o ideal é usar uma PFF2 bem ajustada no rosto”, afirma Denise Garrett.
3. Vacina não impede transmissão
As vacinas aplicadas no Brasil reduzem significativamente a possibilidade de a pessoa imunizada ter a forma grave ou morrer de Covid-19. A eficácia mínima é de 75%.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde OMS), elas funcionam inclusive contra a variante delta, mais transmissível.
A imunização, no entanto, não é 100% eficaz. É necessário que uma parcela alta da população esteja vacinada para que a pandemia seja realmente controlada. Ainda não se sabe exatamente o percentual, mas tudo indica que seja um patamar acima de 70%. E hoje nem metade da população brasileira está totalmente imunizada.
Além disso, a vacina não evita a transmissão do vírus para outras pessoas, que podem não estar totalmente imunizadas ou ter uma saúde mais frágil. “Enquanto a vacina contra a Covid-19 evita doença grave e morte, nós ainda não sabemos o quanto ela evita que você transmita o vírus a outros”, diz a OMS.
“Embora de grande importância, a vacinação não pode ser tratada como a única medida necessária para interromper a transmissão do vírus entre a população”, afirma um boletim assinado por 10 especialistas da Fiocruz.
4. Sequelas da Covid-19
“Covid longa”, “Covid persistente”, “Covid-19 pós-aguda” ou a “síndrome pós-Covid” são alguns nomes que vêm batizando um conjunto de resquícios da doença causada pelo novo coronavírus ou novos problemas de saúde que uma pessoa pode ter semanas ou meses depois da fase aguda da Covid-19.
Estudo da Universidade de São Paulo mostra que 60% dos pacientes que foram internados ainda têm algum tipo de sequela um ano depois da alta.
Cientistas acabam de detectar mais uma provável complicação de longo prazo da Covid-19: problemas cognitivos que prejudicam a memória, o raciocínio e a capacidade de resolução de problemas.
Ou seja, se proteger da doença, mesmo vacinado, ainda é fundamental.
“O serviço de urgência e emergência vai sofrer muita pressão. Vai ter agravamento de comorbidades dos sobreviventes da Covid, a desassistência provocada pela restrição de acesso a pacientes que não foram ao hospital porque tinham medo, doenças psicossomáticas, condições crônicas agudizadas”, afirma Suzana Lobo, diretora-presidente da Associação de Medicina Intensiva Brasileira.
5. Novas variantes
As aglomerações em ambientes fechados sem máscara também aumentam a circulação do vírus e favorecem o surgimento de novas variantes.
Novas mutações do vírus Sars-CoV-2 são esperadas. Isso é um comportamento comum – porque, à medida que o vírus se espalha, ele pode sofrer muitas modificações genéticas. A maioria tem pouco ou nenhum impacto nas características do vírus. Mas algumas mudanças podem influenciar, por exemplo, na capacidade do vírus de se propagar ou na eficácia das vacinas.
Uma das mais recentes, batizada de “mu”, foi identificada pela primeira vez na Colômbia, mas já está no Brasil.
Usar a máscara e evitar a circulação do vírus, portanto, é fundamental para frear a pandemia.
“É muito simples: mais transmissão, mais variantes. Menos transmissão, menos variantes”, diz o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
Fonte: G1