A delegação de 56 estudantes brasileiros do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e do Senac embarcou na madrugada dessa terça-feira (10) rumo à Abu Dhabi. Eles vão representar o Brasil na WorldSkills 2017, a maior competição de educação profissional do mundo, que ocorre entre 15 e 18 de outubro, nos Emirados Árabes Unidos. A viagem será longa para todo o grupo de competidores, mas, para alguns jovens, o primeiro desafio será vencer o extenso trajeto entre suas casas e o Oriente Médio.
É o caso de Rafael Dário de Oliveira Silva, que vai levar 38 horas entre Mossoró, no Rio Grande do Norte, onde mora, até o local da competição. Ele saiu de casa às 5h de segunda-feira (9), percorreu quatro horas de carro até Natal, onde pegou um vôo de três horas de duração até o Aeroporto de Guarulhos. De São Paulo até Abu Dhabi ainda serão mais 18 horas dentro do avião. Esta é a primeira vez que Rafael, que vai competir na ocupação Soldagem, viaja para o exterior. “Estou um pouco apreensivo em voar tanto tempo sobre o oceano, mas sei que será uma grande experiência. Sei que vou aprender muita coisa”, diz ele.
A viagem também é longa para a equipe que vai representar o país em Manufatura Integrada. Willon da Silva Santos, 21 anos, Matheus Henrique de Sousa Gomes, 21 anos, e Thiago Souza de Lima, 22 anos, seguiram de Rondonópolis, no Mato Grosso, até Cuiabá por quatro horas de ônibus. De lá enfrentaram mais duas horas de vôo até São Paulo. Mas nenhum deles estava preocupado com o cansaço. “Nos preparamos muito para este momento, treinamos há mais de três anos, e sei que a viagem não vai atrapalhar em nada o nosso trabalho”, acredita Willon.
A dupla que vai competir em Mecatrônica, Gustavo Andreola e Lucas Tochetto, também não se preocupa com a longa viagem. Para eles, o fuso horário será o principal oponente a ser vencido na chegada a Abu Dhabi. Há uma diferença de sete horas entre o horário oficial dos Emirados Árabes e do Brasil. “Já fizemos percurso semelhante quando fomos competir no Japão e a viagem foi tranquila. O mais difícil foi nos adaptarmos ao fuso horário, mas já estamos preparados para isso também”, conta Gustavo. Para chegar no local da competição, ele e o colega Lucas também vão percorrer mais de 35 horas.
Cansaço, definitivamente, não parecia fazer parte do vocabulário dos brasileiros antes de partir para Abu Dhabi. A equipe chamou a atenção dos passageiros que passavam pelo terminal internacional do Aeroporto de Guarulhos. Antes de embarcar, todos se reuniram para bradar os gritos de guerra da delegação. “Nosso nome é vencer”, gritavam em coro. Para incentivá-los ainda mais, o chefe de equipe, Marcelo Mendonça, mostrou a medalha Albert Vidal – que será oferecida ao competidor que tiver a maior pontuação no torneio deste ano. “Este troféu vai ter de voltar para o Brasil novamente”. Em 2015, o competidor brasileiro de Mecânica de Automóveis, Luis Carlos Sanches, ganhou o maior prêmio da competição.
Por Helayne Boaventura, de São Paulo
Fotos: José Paulo Lacerda
Para a Agência CNI de Notícias