A ARTE DA GUERRA – José Carlos Gentili

A ARTE DA GUERRA –

O orbe teve o maior império de todas as civilizações – o Império Mongol –, liderado pelo mais temível líder guerreiro, Gengis Khan, por volta do século XIII, superior em barbárie aos impérios greco-romanos, a dizimar e subjugar povos, desde a China até os limites do Islã.

A Cavalaria foi a mola propulsora na arte de guerrear, ao dar velocidade e agilidade na movimentação bélica, e diminuir os volumes da infantaria, geradora de inúmeras dificuldades de mobilidade campal.

Os mongóis eram povos nômades e, por consequência, não atrelados às estruturas sociais, fixadoras dos gentios.

Relembre-se que a espionagem foi a segunda mais importante profissão do mundo, depois da prostituição, desde os tempos imemoriais da gênese humana, crendo-se que vigente até hoje, guardadas específicas observações.

Espionar sempre foi medida vital no desenrolar das guerras.

Voltemos ao passado e vamos encontrar quinhentos anos antes do nascimento do Raboni, a figura do general chinês Sun Tzu, autor do manual denominado – ARTE DA GUERRA, considerado como um dos mais insignes estrategos de todos os tempos.

A estratégia quer política, quer militar, é um conjunto de medidas adotadas pelos dirigentes em todos os níveis dos processos de comando e mando organizacional, que visam a obter a otimização de resultados.

A busca de informações privilegiadas sempre foi e continuará sendo o fim a ser colimado pelo homem na consecução de seus objetivos.

Daí, os meandros da informação e contrainformação a reger os desígnios das nações e dos povos em seus processos civilizatórios, desde imemoriais tempos.

Todos os países do mundo desenvolveram seus mecanismos informacionais de cunho político/administrativo, a feitio da KGB (Comitê de Segurança de Estado, da União Soviética); da CIA (Central Inteligence Agency), da MI6 (Serviço de Inteligência Britânica); do Mossad (Serviço Secreto de Israel), da francesa DSGE (Direction Générale de la Sécurité Extérieure); da ABIN (Agência Brasileira de Inteligência, sucessora do Serviço Nacional de Informações – SNI); do MSE (Agência de Inteligência da China); do BND (Serviço Federal de Informações, da Alemanha); além de infindável rol de outras entidades mundiais.

Todos os países e seus dirigentes, quaisquer que sejam os regimes políticos, mantêm eficientes organismos de informações, a fim de que possam mais bem desempenhar suas lideranças.

Diz-se que um homem bem informado vale por dois!

O Brasil teve um precursor imbatível na área da segurança nacional, um oficial laureado, que conquistou o primeiro lugar de todas as Armas, na velha Escola Militar de Realengo, criador da Sorbonne brasileira – a Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra–ESG, que foi o febiano gaúcho Golbery do Couto e Silva.

Após cursar a escola militar norte-americana de Fort Leavenworth War School, no Kansas, foi designado oficial de inteligência estratégica e informações da Força Expedicionária Brasileira-FEB, nos campos da Itália.

Eu o conheci na sua casa de campo, em Luziânia, Estado de Goiás, próxima de Brasília, num domingo, às 8 horas da manhã, quando me fazia acompanhar de dois Grão-Mestres, Delvo Ferreira Leite e Juvenal Batista Amaral, amigos  comuns, da Maçonaria Universal.

Golbery do Couto e Silva não sabia que eu ia visitá-lo, diga-se, de antemão; na ocasião em que lhe afirmei ter sido professor da cadeira de Informações e Contrainformações, da Academia Nacional de Polícia, por quase oito anos.

Ao ser apresentado ao Bruxo, como era nominado, ele me perguntou se eu era escritor, poeta, se tinha lançado recentemente o livro – O Galo do Apocalipse, se eu fora Delegado de Polícia Federal, ao que lhe respondi afirmativamente. As sete horas da manhã ele já tinha recebido todos os jornais do país e os tinha lido. E mais, memorizado! Um homem fora da curva, indiscutivelmente, como seu contemporâneo Henry Kissinger, que tive o privilégio de conhecer e dar-lhe segurança, no Maracanã.

Sem dúvida, uma visita singular em meio à sua vasta biblioteca campesina, no Sítio das Garças, em Luziânia.

Face à sua notável capacidade de articulação e inteligência foi cognominado de Bruxo; também, depois, de Feiticeiro, Mago da Abertura e Gênio da Raça, relembrado como um Cardeal Richelieu tupiniquim, em decorrência de seu imenso poder dialético e carismático.

Um estratego no Brasil, até agora sem sucessor!

 

 

 

 

 

 

José Carlos Gentilli – Escritor, membro da Academia de Ciências de Lisboa e Presidente Perpétuo da Academia de Letras de Brasília

As opiniões contidas nos artigos são de responsabilidade dos colaboradores
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