A ARTE DE VIVER –
A vida é dom e viver é arte.
Viver é aperceber-se do prazer nas pequenas coisas. É a arte de sonhar, de transformar sonhos em realidade. É empurrar as dores para o lado e dar passagem à esperança.
Viver é descobrir-se em meio às tormentas, gargalhando do próprio desgaste da caminhada, dos calos e ardências. Dos apertos. É deitar-se à beira da estrada sem rumo a tomar e, ainda assim, sentir-se seguro, pois arriscar faz parte. Os sonhos roteiam o viver.
Viver é redescobrir-se a cada alvorada, sentindo a ebulição púrpura a lhe invadir o ser, pulsando, vibrando, correndo… É derramar lágrimas mesmo sem causas. Apenas pelo prazer de extravasar emoções libertando-se das agonias da alma.
Viver é ver o outro, senti-lo e permitir-se provar das descobertas, mesmo que encobertas. É saber valorizar, sentindo-se valorizado ao se embrenhar nas almas alheias. É doar-se inteira e sem reservas. É entregar-se plena, ainda que aos pedaços, estes, talvez, insignificantes aos olhos alheios.
Viver é comer, beber, dividir, cuidar, preparar, aprimorar-se na arte da comensalidade, deleitando-se no prazer dos sabores da vida.
Viver é não aprazar-se no chegar, aprazer-se no ficar e não amedrontar-se na partida.
Troque o tênis! Ainda temos muito a caminhar, descobrir, sonhar…
Viver!
Flávia Arruda – Pedagoga e escritora