A BONDADE VENCE –
Vamos repetir, neste Ano Novo, o mantra: A bondade vence. É lema que ilumina minha vida. O príncipe dos filósofos, Baruch Spinoza (1633-1677), identifica forma de ser feliz: “A felicidade não é o prêmio da virtude. O prêmio é a própria virtude”.
A prática repetida da virtude não apenas conduz, mas é a felicidade.
A bondade é qualidade natural dos otimistas. Falta ao pessimista a crença no sentido e no efeito positivo para a pessoa bondosa.
A bondade é inclusiva e pegadiça. O seu portador não discrimina cor da pele, gênero, orientação sexual, posição econômica. Dirige também a sua ação aos animais. A bondade contagia, tem enorme potencial de multiplicação. É geradora de novas pessoas bondosas. Delas nascerá o exercício da cidadania ativa.
A bondade é irmã gêmea da beleza. Faz parte de uma estética do comportamento. Quando ela tem origem no coração, facilmente torna-se hábito.
A bondade faz um bem maior a quem pratica do que ao beneficiário. O ser humano é um equilibrista de corda bamba, que sabe da queda inevitável. Cairá nas mãos divinas, ou na infelicidade.
As crianças, naturalmente, sentem a beleza das coisas e identificam quem é bom. O adulto recebe maiores influências das circunstâncias da vida.
Temos companhia que nos ajuda na condução do viver. Não é preciso ser católico para saber que temos, em nosso favor, o Anjo da Guarda. Desde muito cedo, percebo-o, sou favorecido por sua presença. Daladier e eu tivemos, em nosso quarto de dormir, um quadro que representava duas crianças sob a proteção do grande anjo. Retornei a ver, em Florença, com a pintura da Anunciação do Arcanjo Gabriel à Virgem. Fra Angélico se comunicava com os anjos.
Do outro lado, o antideus, o cujo, o feio perpétuo, o grande simulador e dissimulador.
Deus, em Sua bondade infinita, permite ao homem a liberdade da opção entre seguir o anjo bom ou anjo mau.
Somente a genialidade de um santo poderia definir o supremo valor do homem em apenas três palavras. Ensina São Paulo: “O amor é o vínculo da perfeição”. É preciso notar que antes dessa afirmação ele recomendou a prática da bondade.
Os bondosos vencerão. Fazendo um mundo melhor para as novas gerações. Os maldosos jamais habitarão a Pátria Das Harmonias, como previsto por Auta de Souza.
A bondade vencerá, mas, enquanto isso, peçamos na prece, livrai-nos do mal. Amém.
Diogenes da Cunha Lima – Advogado, Poeta e Presidente da Academia de Letras do RN