A CIDADE DA MEDICINA –

​Nenhuma arte é mais próxima da bondade do que a arte de curar. Na verdade, a ciência médica não pode isolar-se da vontade de ajudar os outros, dos valores superiores da condição humana. A criação de centros, providências de pessoas que têm inclinação para o bem, é impulsionada pelo conhecimento de que pessoas necessitam de cura.
Rochester é cidade de Minnesota, centro-oeste dos Estados Unidos, vizinho ao Canadá, separados pelo lago Ontário. Lá, localiza-se a Mayo Clínica, um meio acadêmico de pesquisas médicas de excelência.

Com uma população de 150 mil habitantes, Rochester recebe três milhões de pessoas por ano. Além de estudiosos, os visitantes vão em busca de saúde ou bem-estar, harmonização do seu estado geral. O grande fluxo, proveniente de todas as partes do mundo, é de pacientes hospitalares. Tanto que se diz que quem lá chega ou é médico ou é paciente.

​A Mayo Clínica foi fundada pelo médico William Worrall Mayo em 30 de setembro de 1889, em um convento das irmãs franciscanas, a mesma Ordem do Colégio Nossa Senhora do Carmo em Nova Cruz que me desasnou. Hoje, ao lado da estátua do fundador, há outra, é a da irmã franciscana que tem mão estendida pedindo dinheiro para a instituição. Na época, a população carecia de assistência médica por ter passado um tornado destruidor na região.
​Após a morte do Dr. William (1911), dois dos seus filhos, também médicos, trouxeram revolucionárias inovações à prática cirúrgica, hoje considerada a melhor do mundo.

​No inverno, a temperatura chega a 50°C abaixo de zero, acumulando neve por três metros. Assim, a cidade foi desenhada para que suportasse as baixas temperaturas. Para saírem de casa, as pessoas têm que utilizar máquinas poderosas a fim de abrir caminho.

Edifícios, como hotéis, shopping center e restaurantes conectam-se no centro da cidade (downtown) com hospitais e clínicas da Mayo através de túneis acima do nível da rua (pedestrian skyways) ou de túneis subterrâneos (walkways).
​A clínica Mayo saiu do seu Estado de origem. Tem afiliadas na Flórida e no Arizona. Minnesota oferece todas as condições para abrigar a sede principal. A própria palavra já indica a beleza do lugar. Na língua indígena significa “Água da cor-do-céu”. Possui mais de 20 mil lagos, entre os quais o chamado Superior, que é o maior do mundo de água doce (os norte-americanos misturam lagoas e lagos).

​A maior parte da população é descendente de alemães, noruegueses e irlandeses. Hoje, conta com a imigração de africanos, asiáticos e sul-americanos. Essa mistura de raças torna o estado eficiente e produtivo. Lá, também não se esquece que, durante mais de cem anos, pertenceu ao domínio francês. Deles, sobrevivem o lema L’étoile du Nord, a estrela do norte.

​É Estado rico como centro financeiro e industrial. O agronegócio, em alguma coisa se assemelha ao Brasil, produz soja, milho, leite e derivados.
​Médicos brasileiros participam da Mayo e, algumas vezes, retornam com conhecimentos e benefícios acrescidos.

 

 

Diogenes da Cunha Lima – Advogado, Poeta e Presidente da Academia de Letras do RN

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