A CRIPTOMOEDA MUNDIAL CHEGOU E A CHINA SAI NA FRENTE –
Essa pandemia do Corona vírus atingiu todo o planeta, matando pessoas e destruindo grande parte da economia mundial. Muito se especula como será o pós pandemia, certamente que muitos perderão e outros tantos ganharão de forma lícita ou ilícita. No Brasil não será diferente, porem as perdas certamente serão maiores, principalmente para os mais humildes, os inominados ou os excluídos de todos os sistemas sociais e econômicos do país. Diariamente estamos vendo inúmeras filas intermináveis em todo o país na frente de agencias bancárias principalmente da Caixa Econômica Federal, para retirar a ajuda financeira de R$ 600,00 oferecida pelo governo que tenta minimizar o sofrimento e a sobrevivência das pessoas. Se é que o Corona vai permitir, diante da grande possibilidade de contaminação dos envolvidos. Tudo isso acontece porque o Brasil não se preocupou em cadastrar de forma maciça todas as pessoas, ao contrário do que ocorreu com a India e a China, países mais populosos do que o nosso, onde apenas 1 em cada 3 adultos não tem conta bancária.
Na China a maioria das transações envolvendo dinheiro é feita digitalmente, inclusive via celular. Pessoas que pedem esmolas ou moradores de rua sem endereço fixo, têm seu código QR, para receber auxílios já que a maioria das pessoas não conduzem dinheiro em moedas ou em papel, pagando tudo pelo celular. A Folha, em artigo referente a esse assunto de 04.05.2020, trás reportagem sobre a oportunidade que a China vem usando após a pandemia, para lançar sua Ciptomoeda governamental, o e-renminbi (e-RMB). Essa moeda já em teste em algumas cidades da China, será operada pelo Banco Central do país e vinculada a moeda chinesa. Qual a grande estratégia da China? A digitalização de sua economia, hoje a segunda maior do planeta, certamente terá uma grande repercussão, vindo a concorrer com o dólar, a referência de todas as transações econômicas do mundo, através do SWIFT. A liderança do dólar é tamanha, que ele é usado inclusive como ferramenta de manobra da política externa dos Estados Unidos, ameaçando países que contrariam ações de controle estratégico, fato ocorrido em 2019 no bloqueio Americano ao Irã.
O SWIFT é um código gerido pela Society for Worldwide Interbank Financial Telecommunication, que identifica a instituição bancária através de um código universal único que facilita as transações bancárias, principalmente as internacionais. Através desse controle consegue-se identificar e consequentemente ter o comando de todas as operações financeiras feitas com determinadas moedas. Como o dólar hoje é a grande moeda de referência para as transações econômicas internacionais fica fácil para os americanos fazerem esse controle.
Diferentemente do emprego do SWIFT, os Bitcoins são transacionados via Blockchain. O Blockchain é um banco de dados, onde estão armazenadas todas as informações sobre as transações de Bitcoins. Mesmo que esse arquivo seja acessível a todos os usuários e possa ser identificada qualquer transação entre qualquer pessoa, não se sabe detalhe sobre elas, pois tudo é criptografado. Tudo ficará gravado para sempre, mesmo você sabendo que ela ocorreu, não será possível desfazer ou alterar aquela transação após ela ser inserida no sistema. Qual é a grande sacada dos Chineses. Como o e-renminbi é uma Ciptomoeda governamental, operada pelo Banco Central do país e vinculada a moeda chinesa eles teriam todo o controle da cotação da moeda, saindo da imprevisibilidade de outros bitcoins espalhados pelo mundo. Dessa forma será uma alternativa para concorrer com o dólar como moeda de transação internacional. Certamente ocorrerá uma grande transformação no poderio econômico da China medindo forças com os Estados Unidos. Essa pandemia do Corona Vírus com certeza trará uma grande transformação entra as pessoas e entre as relações internacionais.
Maciel Matias – Médico mastologista, [email protected]