A DEGENERAÇÃO DO ALTO –
A situação planetária não está fácil. Em todas as áreas e situações, assistimos estarrecidos a predominância de posturas arrogantes, autoritárias e ditatoriais. Com figuras que representam o que chamamos de alto patamar, recorrendo a mentiras, ameaças e dissimulações diante de demandas diversas. Em países, religiões, nos esportes e, principalmente, na seara política.
Na esquerda e na direita, falsos democratas posam de pessoas de bem. Muitos utilizando reiteradas vezes de fake news, propagando inverdades, repetindo mentiras e insistindo em versões falsas. Não dando a mínima e até ridicularizando quem denuncia, recebendo, creiam, apoio entusiástico dos seus devotos, num flagrante desrespeito a moral e aos bons costumes, bandeiras que eles mesmos elegeram e delas se beneficiaram para ascender ao poder.
Hoje em alguns países, especialmente o Brasil, Estados Unidos, Venezuela, Turquia, Rússia e na Coreia de Kim, os mandatários usam e abusam de autoritarismo, fazendo chacota de tudo. Ridicularizando de quem deles discorda. Autorizando suas estruturas de comunicação a não dar respostas as demandas da imprensa, caso sejam de alguma maneira indesejadas para seus gostos. Num festival insano e antidemocrático de “nada a declarar” nunca visto.
Os altos mandatários na maior cara de pau repassam mentiras, repetem falsas notícias, empoderam versões claramente irresponsáveis, tornando o papel do dirigente maior pequeno, leviano, menor.Se num país, na religião, no esporte e no poder, o mais alto representante não mostra apreço nenhum pela harmonia, não tem interesse em ouvir o conjunto da sociedade. Nem de tomar decisões sábias e democráticas, preferindo jogar para as partes, ignorando seu papel. Jogando no lixo a magnificência do cargo, o que os que dependem dessa boa postura podem esperar de pessoas assim?
Hoje assistimos religiosos enredados politicamente, tirando proveito de apoios para crescer materialmente, deixando o espiritual apenas como moeda de troca. Hoje vemos dirigentes esportivos amasiados por seus times, matando o amor pelo esporte, pois quando o interesse é pelo particular, o todo apodrece.
Hoje os presidentes, primeiros-ministros de vários países e matizes ideológicos, governam para seus devotos, agindo ditatorialmente. Usando propaganda para a manutenção dos seus egos, suposições, deixando a busca da verdade como cemitério e estimulando confrontos e antagonismos, buscando assim a criação de um clima propício para uso de aparato militar.
Trump cria clima para não aceitar possível derrota, Bolsonaro ameaça o tempo todo fechar instituições e colocar forças armadas nas ruas, Maduro já governa sob o signo da força, igual desprezo pela democracia vemos em Kim, Putin, Jinping, Canel e Lukashenko, entre outros. Pelo visto, o sagrado patamar, podium, lugar do alto, anda sendo vilipendiado por ditadores, mesquinhos, seres demoníacos, os famosos lobos em pele de cordeiro.
Flávio Rezende – jornalista
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