A DOR DOS OUTROS –
Uma coisa que sempre pensei comigo mesmo: como avaliar a dor dos outros? Ela é menor que a nossa, quando a sentimos? Ou ela é maior?
Foi então que percebi que ninguém pode quantificar essa questão , pois ela varia de pessoa para pessoa. E uma coisa que pode ser terrível para uns, pode não representar nada para os outros.
O mundo de cada um é só dele e somente a ele pertence. Não adianta sofismarmos nem discutirmos sobre isso. E nao nos cabe julgamentos apressados, pois fazendo isso nos expomos a cometer erros. Por exemplo, muitos gostam da solidão enquanto outros a abominam. E sentem-se mal quando se veem solitários. E sofrem por isso. Esse sofrimento, essa dor que sentem, pode ser considerada menor?
A dor da própria perda não é igual entre as pessoas. Alguns se adaptam com mais facilidade a isso, enquanto outros não. Isso só depende da sensibilidade de cada indivíduo . E quando a dúvida se instala? Nada mais cruel que tê-la, seja por qual motivo. Pois ela corrói a alma e faz um grande desmantelo na vida das pessoas. Como mensurar isso?
O fato é que a dor dos outros deve ser respeitada, seja qual for sua intensidade. Pois não nos cabe determinar a importância dela. E como assevera o velho ditado, quem diz o que quer ouve o que não quer. Por isso nos vimos presos aos nossos próprios limites, dentre eles o de não julgar terceiros nem emitir opiniões desnecessárias. Inclusive, não minimizar a dor dos outros.
Nelson Freire – Jornalista, editor do Blog Ponto de Vista, Economista e Bacharel em Direito
É isso, caro jornalista. Não se mede dor. O que parece muito dolorido para uns, é uma bobagem para outros.