A ELEIÇÃO E A PANDEMIA – Nelson Freire

A ELEIÇÃO E A PANDEMIA –

Quando irá acontecer a próxima eleição? Será em novembro mesmo? Algumas pessoas acham que deveria ser adiada pelo menos para o próximo ano. Imaginam que deveriam encontrar uma fórmula mais plausível para esse assunto, compatibilizando melhor a pandemia com o dever cívico. Dizem isso dada a importância que os pleitos passaram a ter em nosso país. E por isso coloco esse tema aqui para pensarmos sobre isso.

As pesquisas mostram que um candidato precisa falar com pelo menos 350 pessoa por dia. É mole? Como fazer isso em plena pandemia?
Como os eleitores irão ter ideia dos candidatos, das suas propostas e da sua seriedade, com tantas dificuldades? Por isso tais pessoas defendem que a próxima eleição deveria ser adiada para outro ano. Pelo menos esse é o ponto de vista delas, mesmo correndo risco de estarem erradas.

Adiada no mínimo por um ano, sim, dizem. E nesse caso, para compensar essa mudança, devido ao período extraordinário que estamos vivendo, os eleitos teriam apenas 3 anos de mandato. Pois fazer uma campanha com tanta dificuldade, tanto para os candidatos como para os eleitores, é algo complicado. E, salvo melhor juízo, parece a eles ser prejudicial para os interesses do próprio país.

Os eleitores serão os mais atingidos, dizem, por não saberem exatamente as propostas dos diversos candidatos. E assim, ficam sem dados para a escolha dos melhores nomes. Pelo menos é o que pensam. O que propõem pode ser uma excepcionalidade, concordo. Mas a pandemia também o é. Por isso defendem essa solução. Mesmo que tenham que fazer uma excepcional alteração constitucional, específica para o atual momento.

Outra alternativa, dizem, como já houve no passado, é prorrogar os atuais mandatos para 2022, quando haveria eleições gerais. Aí já se pode pensar em fazer outra alteração. Com eleições gerais de 4 ou 5 anos, ao invés de se fazer uma a cada 2 anos. Iria baratear em muito o custo das campanhas.

Entendo que você pode discordar do pensamento deles. Aliás, a discordância civilizada deve ser a tônica da democracia. Respeito os que pensam diferente. Mas eles mostram dados. Na França a eleição da semana retrasada demonstrou esse problema. E ali, por causa da Covid-19, houve uma grande abstenção. Do jeito que imaginam vá ocorrer em nosso país. O que, pensam, não será bom para as cidades onde ocorrerão os pleitos. É ou não um tema para, pelo menos, se pensar?

Acho que precisamos refletir sobre isso. Afinal não é tão simples se organizar uma eleição. E precisamos estar atentos a questão logística e também a questão política e ideológica que estão implícitas em um pleito. Principalmente considerando um país continental como o Brasil. Com tantas opiniões díspares.

Mas vamos esperar que tudo possa acontecer a contento. Afinal, o tema é muito polêmico. Se houver a eleição, que ela possa ser benéfica. Caso contrário, que a gente possa entender a motivação do adiamento.

 

 

 

 

Nelson Freire – Jornalista, editor do Blog Ponto de Vista, Economista e Bacharel em Direito

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