A ENTREVISTA DE GILMAR MENDES NA TRIBUNA DO NORTE –
Coloco-me com integrante de uma geração que gostava do jornal impresso, participei de colunas semanais no Potiguar Notícias e no Jornal Metropolitano, ambos em Parnamirim, fiquei triste e observando as transformações com o fechamento dos jornais impressos, Diário de Natal, Jornal do Brasil, Jornal da Paraíba, o Mossoroense, as dificuldades e agruras do Diário de Pernambuco.
Abri e comprei um exemplar do jornal Tribuna do Norte pela chamada da entrevista com o Ministro Gilmar Mendes, para ler a opinião sobre a “lavajato” e sobre o Supremo Tribunal Federal, que volta e meia está sob a mira dos “bolsonaristas” e alguns extremistas que chegam ao ponto de reivindicar o seu fechamento, pois depois de se habituar as novas mídias, passei a ter resistência ao jornal impresso, por trazer noticias consideradas “frias” e que não atende a velocidade das informações da atualidade.
E mais interessado em face do ataque sórdido realizado pelo Deputado Daniel do PSL/RJ que se encontra preso, uma vez que, quando na juventude e nos bancos da universidade defendíamos a convocação de uma Assembleia Constituinte, que não veio originária e como estudante de Direito sonhávamos com um Tribunal Constitucional, e confesso que não me encontro arrependido, mesmo reconhecendo que é preciso fazer mudanças.
Na condição de advogado integrei e colaborei na fundação da Associação dos Juristas Potiguares pela Democracia e Cidadania, e fui muitas vezes as jornadas de ruas exercendo a cidadania de forma destemida, denunciando o golpe que se perpetrava contra o Estado Democrático de Direito e contra a Presidente Dilma, e levantamos as vozes contra a “lavajato” que aos poucos vem se revelando uma verdadeira ação de ilegalidade e inconstitucionalidades.
A “lavajato” ou a “República de Curitiba” com seus procedimentos e sua concepção, se colocou contra a nacionalidade, interferiu na relação de poderes, praticou ilegalidades processuais, causou um mal imenso a economia do país, quebrando inúmeras grandes empresas, alicerces de segmentos econômicos, manteve pessoas presas para conseguir delações, levou pessoas ao suicídio como foi o caso do Reitor em Santa Catarina.
A “lavjato” em conjunto com tantos órgãos governamentais que deveriam atuar de forma republicana, com parte da imprensa e de parcelas de uma sociedade organizada interferiu diretamente no pleito eleitoral para a Presidência da República, e depois seus membros se encastelaram no poder político, de fato a entrevista do Ministro Gilmar Mendes é muito séria.
As providências que estão sendo tomadas nas esferas do Superior Tribunal de Justiça, do Supremo Tribunal Federal, no CNMP, com inquéritos sãoconsideras tímidas. O Congresso precisa instaurar uma CPI para dar amplitude, no mínimo histórica, do que fez os integrantes da “lavajato”, e que tal arranjo institucional não venha se repetir atacando a construção de Estado Democrático de Direito, que vem sendo realizado por gerações.
Evandro de Oliveira Borges – Advogado