Os hábitos mudam e o modismo se renova constantemente.
Antigamente, quando se queria dizer que algum acontecimento social tinha sido muito bom, bastava segurar na ponta da orelha e dizer “foi daqui, ó!, da pontinha da orelha”, e estava proclamada a excelência do objeto indicado.
A começar pelos cabelos multicoloridos, com vários comprimentos e estilos, adotados, preferencialmente, pelos jovens, o modismo está sempre presente. Uma hora são encaracolados, outra hora são trançados, outra hora com diferentes texturas, e por aí, vai o mundo girando, como uma roda viva do cotidiano.
Há alguns anos, caiu no gosto do povo brasileiro, principalmente dos nordestinos, a alimentação complementada com vários tipos de sementes, como chia, quinoa, linhaça, gergelim, semente de girassol, semente de jerimum, semente de maracujá e outras.
O modismo trouxe outras novidades e já não se fala tanto dos benefícios dessas sementes à saúde. Até o alpiste, alimento de passarinho, já foi introduzido na mesa do nordestino, misturado com água, como remédio milagroso para gota. O tempo passou e não se fala mais nisso, nem se conhece os “milagres” do alpiste. Continua sendo ótima alimentação para passarinhos.
Os costumes também sofreram mutação no tempo, no que se refere às crendices populares. Já não se fala em olho grande ou mau olhado, uma cisma centenária e verdadeira.
Por enquanto, para as rezadeiras ou benzedeiras, como Dona Gina, não falta trabalho.
Mesmo assim, o dicionário Houaiss define “superstição” e “crendice”, como “a crença ou noção sem base na razão ou no conhecimento, que leva a criar falsas obrigações, a temer coisas inócuas, a depositar confiança em coisas absurdas, sem nenhuma relação racional entre os fatos e as supostas causas a eles associados”. Ou seja, é acreditar em fatos ou relações sobrenaturais, fantásticas ou extraordinárias e que também não encontram apoio nas religiões ou no pensamento religioso.
As crendices e superstições são vestígios de um passado em que o ser humano tinha uma visão mágica do mundo, acreditando que diversos fatores sobrenaturais podiam interferir diretamente no seu dia-a-dia. Esse modo de pensar foi se transmitindo de geração a geração, em especial entre as camadas populares, que foram mantidas à margem da evolução do conhecimento científico.
Segundo o folclorista potiguar Luís da Câmara Cascudo, “as superstições participam da própria essência intelectual humana e não há momento na história do mundo sem a sua inevitável presença. A elevação dos padrões de vida, o domínio da máquina, a cidade industrial ou tumultuosa em sua grandeza assombrosa, são outros tantos viveiros de superstições velhas, renovadas e readaptadas às necessidades modernas e técnicas”.
Por sua origem popular, as crendices e superstições também integram o Folclore de um povo.
São muitas as superstições e crendices do Folclore Brasileiro. Entre elas, acredita-se que dá azar passar debaixo de uma escada, quebrar um espelho ou cruzar com um gato preto na rua. Muita gente também teme as sextas-feiras que caem no dia 13, especialmente quando se trata do mês de agosto – que é “mês de desgosto” ou “mês de cachorro louco”.
“Em bruxas eu não acredito, mas que elas existem, existem.” (Miguel de Cervantes- 1547-1616)
Os hábitos mudam e o modismo se renova constantemente.
Antigamente, quando se queria dizer que algum acontecimento social tinha sido muito bom, bastava segurar na ponta da orelha e dizer “foi daqui, ó!, da pontinha da orelha”, e estava proclamada a excelência do objeto indicado.
Com o simples gesto de segurar a pontinha da orelha, dava-se opinião sobre vinho, mulher, cavalo, culinária, versos, quadros, finalmente, tudo o que envolvesse a sensibilidade humana. Sem discussão ou polêmica. Segundo os estudiosos, em Portugal, o gesto de se pegar no lóbulo da orelha, em sinal de aprovação a alguma coisa, continua sendo usado, e faz parte da mímica tradicional de comunicação.
A começar pelos cabelos multicoloridos, com vários comprimentos e estilos, adotados, preferencialmente, pelos jovens, o modismo está sempre presente. Uma hora são encaracolados, outra hora são trançados, outra hora com diferentes texturas, e por aí, vai o mundo girando, como uma roda viva do cotidiano.
Há alguns anos, caiu no gosto do povo brasileiro, principalmente dos nordestinos, a alimentação complementada com vários tipos de sementes, como chia, quinoa, linhaça, gergelim, semente de girassol, semente de jerimum, semente de maracujá e outras.
O modismo trouxe outras novidades e já não se fala tanto dos benefícios dessas sementes à saúde. Até o alpiste, alimento de passarinho, já foi introduzido na mesa do nordestino, misturado com água, como remédio milagroso para gota. O tempo passou e não se fala mais nisso, nem se conhece os “milagres” do alpiste. Continua sendo ótima alimentação para passarinhos.
Os costumes também sofreram mutação no tempo, no que se refere às crendices populares. Já não se fala em olho grande ou mau olhado, uma cisma centenária e verdadeira.
Por enquanto, para as rezadeiras ou benzedeiras, como Dona Gina, não falta trabalho.
Mesmo assim, o dicionário Houaiss define “superstição” e “crendice”, como “a crença ou noção sem base na razão ou no conhecimento, que leva a criar falsas obrigações, a temer coisas inócuas, a depositar confiança em coisas absurdas, sem nenhuma relação racional entre os fatos e as supostas causas a eles associados”. Ou seja, é acreditar em fatos ou relações sobrenaturais, fantásticas ou extraordinárias e que também não encontram apoio nas religiões ou no pensamento religioso.
As crendices e superstições são vestígios de um passado em que o ser humano tinha uma visão mágica do mundo, acreditando que diversos fatores sobrenaturais podiam interferir diretamente no seu dia-a-dia. Esse modo de pensar foi se transmitindo de geração a geração, em especial entre as camadas populares, que foram mantidas à margem da evolução do conhecimento científico.
Segundo o folclorista potiguar Luís da Câmara Cascudo, “as superstições participam da própria essência intelectual humana e não há momento na história do mundo sem a sua inevitável presença. A elevação dos padrões de vida, o domínio da máquina, a cidade industrial ou tumultuosa em sua grandeza assombrosa, são outros tantos viveiros de superstições velhas, renovadas e readaptadas às necessidades modernas e técnicas”.
Por sua origem popular, as crendices e superstições também integram o Folclore de um povo.
São muitas as superstições e crendices do Folclore Brasileiro. Entre elas, acredita-se que dá azar passar debaixo de uma escada, quebrar um espelho ou cruzar com um gato preto na rua. Muita gente também teme as sextas-feiras que caem no dia 13, especialmente quando se trata do mês de agosto – que é “mês de desgosto” ou “mês de cachorro louco”.
Violante Pimentel – Escritora