A HISTÓRIA DA PONTE METÁLICA DE IGAPÓ –
O meu primo Manoel Fernandes de Negreiros Neto lançará o livro “A HISTÓRIA DA PONTE DE IGAPÓ” no próximo dia 14 de julho, uma quinta-feira, no Iate Clube de Natal, das 17h às 22h.
É o resultado de uma pesquisa que consumiu 25 anos. O autor esmiuçou todos os passos para a sua construção, desde os projetos, plantas técnicas até a biografia dos engenheiros, o financiamento, e todos os detalhes da obra. Para isso viajou até a Inglaterra e entrevistou diretores da empresa subcontratada para construir a ponte. São 460 páginas de uma caprichada edição da Appris Editora de Curitiba, Paraná.
O prefácio é de Vicente Serejo que afirma: “É uma história que vence a aridez da visão de engenharia e que já bastaria para ser uma grande aventura intelectual de quando uma bela história sabe proporcionar o êxtase da descoberta ao historiador e ao leitor.”
O livro é rico em plantas, fotografias, numa época que representou uma realização muito além da engenharia brasileira entre 1912 e 1916. A empresa subcontratada chamava-se Cleveland Bridge Engineering Company (CBEC). Vale a pena ler o livro, pois tem muitas histórias e vários personagens de mais de um século. Os capítulos eminentemente técnicos ficam para os profissionais da área. Há capítulos que interessam a todos: ‘Natal de 1912 a 1919 e as pontes ferroviárias no mundo e no Brasil.’; ‘A transformação da ponte ferroviária em rodoferroviária’; ‘O fim e a resistência – A venda e o desmonte parcial’; ‘Reflexões’; ‘Recomendações’; ‘Proposições’; ‘Ensaio sobre pontes’ e muitos outros capítulos interessantes.
O autor, Manoel Fernandes de Negreiros Neto, é engenheiro e professor. Fomos contemporâneos no Rio de Janeiro. Sempre gostou de esportes perigosos: foi alpinista no Rio de Janeiro, tendo, inclusive, escalado o Pão de Açúcar. Chegou a pilotar os aviões Ultraleves e ainda hoje gosta de dar umas voltas numa moto Halley Davidson. Outra característica é o perfeccionismo. Quando entra numa casa ou edifício aborda alguma parte técnica com a qual não concorda. Quando começa um trabalho vai aos mínimos detalhes, não deixando escapar nada. A prova são os 25 anos de pesquisas para finalizar o livro. É dono de um barco e está sempre navegando. Casado com Verônica tem dois filhos, Álvaro e Augusto.
Rômulo Negreiros, seu pai, irmão de Rafael Negreiros, meu pai, também gostava de aventuras: pilotava um teco-teco após obter a necessária licença, que na época chamávamos de brevê, o piloto tinha que ser brevetado.
Cheguei a passar de carro pela ponte, final da década de cinquenta, início dos anos sessentas. Havia um controle nas duas extremidades, pois tanto servia à rede ferroviária quanto à rodoviária. Lembro-me que não havia asfalto de Mossoró para Natal e, quando o inverno era pesado, tínhamos que desviar por Cerro Corá e acabava tendo que passar pela ponte. Outra lembrança dessa época era o passeio na lancha do primo Fernando Fernandes Maia que saía do Iate Clube e parava debaixo da ponte, ocasião em que tomávamos banho no Rio Potengy, pulando de cima da lancha. Eu, Paulo, Fernando – pai e Filho e Sidney.
Vamos todos ao Iate Clube no próximo 14 de julho para o coquetel de lançamento desse belo livro.
Só para relembrar a data: em Paris, no dia 14 de julho de 1789, uma multidão invadiu os arsenais do governo e se apoderou de cerca de 30 mil mosquetes, rumando depois até a Bastilha, antiga fortaleza onde o governo encarcerava os opositores, e tomou-a após algumas horas de combate. Embora estivesse praticamente desativada na ocasião, ela constituía um dos maiores símbolos do absolutismo, e sua queda costuma ser tratada como o marco zero da Revolução Francesa. Luís XVI preso e guilhotinado. Liberté, Egalité, Fraternité (Liberdade, igualdade, fraternidade, em português do francês) foi o lema da Revolução Francesa. Depois veio Napoleão, mas aí é outra história…