Juliano, um orgulhoso Rei de uma belíssima cidade, almoçava tranquilamente, quando viu sobre a mesa uma pequena e inofensiva formiga, perto do seu prato.
Como se falasse ao mais humilde servo, exclamou:
-Como ousas, desprezível formiga, andar sobre a mesa de Juliano o Grande Rei?
-Então, não paras? Não me obedeces? Pois, então, morrerás! – Falou o odioso Rei.
Dizendo isto, ergueu o braço para esmagá-la, mas, com tal brutalidade que, ao levantá-lo, derrubou uma terrina de sopa quente. Furioso, pôs-se a procurar a formiga, para efetuar sua vingança imediatamente.
Não a encontrando, e dominado pela ira, virou a mesa, espalhando sobre o chão todas as iguarias, na tentativa de atingir a pobre formiguinha.
Atraídos pelo barulho, todos os criados tentaram contê-lo, mas o rei, furioso, atirou sobre eles um enorme castiçal. Este, porém, atingiu uma cortina, inflamando-a. Deu-se início a um grande incêndio, que, em segundos, se alastrou por todo o palácio real.
Tentaram extinguir o fogo, mas ele se propagou rapidamente, uma vez que a sala era forrada com tapetes persas e veludos da Turquia.
Em uma hora, todo o palácio estava em chamas. Como houvesse uma grande ventania, o fogo tomou conta dos prédios vizinhos.