A IRONIA DA VIDA –
Uma vez ou outra eu me vejo reproduzindo algo que li e gostei nas redes sociais. Claro, que procuro exaltar apenas aqueles escritos onde encontro conteúdo e, de alguma maneira, me toca o sentimento.
Desta feita foi uma fala interpretada pelo ator Rodrigo Santoro, intitulada “A Ironia da Vida”. Leiam e vejam quanta verdade o texto contém:
“Sabe qual é a ironia da vida? É a gente ter pressa para crescer e depois suspirar pela infância perdida. É perder a saúde para conseguir dinheiro e depois gastar todo o dinheiro para recuperar a saúde perdida.
É pensar ansiosamente no futuro e esquecer o presente e, mesmo assim, não viver nem o presente nem o futuro. É viver como se nunca fosse morrer e viver como se nunca tivesse vivido.
A vida tem dessas contradições. A palavra vida começa com um ‘v’, o resto é ‘ida’. Desfrute o seu caminho de preferência na companhia de quem lhe faz bem.
O amanhecer é a parte mais bonita do dia, porque é quando recebemos o presente de uma outra oportunidade de viver, uma outro oportunidade de recomeçar.
Os dias bons nos dão felicidade, os dias ruins nos dão experiência. As perspectivas nos mantêm fortes, as provações nos mantêm humanos e as quedas nos mantêm humildes, mas somente a nossa vontade e a nossa fé nos manterão de pé.”
Piegas? Não sei! Porém me fez parar e refletir sobre o quanto de verdade guarda tal pensamento. Quantas vezes ouvimos de nossos pais a frase “pense no amanhã em vez de curta a sua infância”. Ou “vise o futuro em vez de aproveite a adolescência”.
As circunstâncias determinam muitas de nossas ações durante as efêmeras existências de cada um de nós, daí a falta que faz um “Manual da Vida” para orientar os passos de cada indivíduo. Tal afirmação ensejará a resposta: “Tudo na vida depende do livre arbítrio!”. Cá com os meus botões: “A quantos erros nos induziu a prática do livre arbítrio?”
A letra da música “Epitáfio”, autoria de Sérgio Brito na interpretação do grupo “Titãs”, é uma bela reflexão sobre a vida e o tempo. Nela, o autor revela que: “Devia ter amado mais/Ter chorado mais/Ter visto o Sol nascer/Devia ter arriscado mais/E até errado mais/Ter feito o que queria fazer.”
E continua tecendo o seu rosário de frustrações: “Devia ter complicado menos/Trabalhado menos/Ter visto o Sol se pôr/Devia ter importado menos/Com problemas pequenos/Ter morrido de amor”. Por fim, conclui afirmando: “Queria ter aceitado/A vida como ela é/A cada um cabe alegrias/E a tristeza que vier”.
O ocaso da existência deixa margens a inúmeros questionamentos, dúvidas e arrependimentos, porém, nada disso fará retornar o tempo desperdiçado com o ter, o querer e o poder, em detrimento de coisas simples que deixamos de fazer ou aproveitar no tempo devido.
Hoje madruguei disposto a escrever esta crônica. Pensando melhor e aproveitando a oportunidade que a vida me dá, farei o que nunca fiz antes num destes amanheceres: ver o Sol nascer por detrás das dunas através da janela do meu apartamento. Creiam, esta é mais uma das ironias da vida.
José Narcelio Marques Sousa – Engenheiro Civil
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