A MADEIRA E O REVERENDO –
Em meados da década de 1950, na rua José de Alencar, Centro, um colégio particular se erguia em construção. Seu proprietário, um padre, um discípulo de Deus. Mestre religioso e escritor proativo.
A princípio, uma pequena casa, que logo atraiu a aceitação e a simpatia da população para o ensino religioso.
O reverendo escrevia muito (páreo duro hoje só o pastor Paiva Netto, da Rede Boa Vontade TV). Todos os seus livros, suas obras, eram obrigatoriamente comprados pelos alunos que tinham o dever de ler, reler e descrevê-las em salas de aula.
De repente, o colégio ficou pequeno, já não suportava mais tantos alunos. Havia a necessidade de ampliá-lo. E a necessidade se fez urgente.
Construção prontamente iniciada. Convidado um excelente e famoso construtor de obras – Joaquim Vitoriano, afrodescendente, conhecido como mestre Quincas.
Muita empolgação e muito entusiasmo do sacerdote para tocar rapidamente a obra e inaugurar o seu tão sonhado e almejado colégio.
Mestre Quincas se fazia presente diuturnamente. Trabalhava feito burro de carga, com cobranças e mais cobranças do seu contratante, o padre-educador Einard Lourenço.
O diretor, sempre presente, acompanhava tudo de perto e com muita vibração. Quando viu que as paredes das salas de aula estavam levantadas, vibrou de imediato, e ligou entusiasmado e irradiante para o mestre Quincas:
– Alô, Alô! Mestre Quincas, já levantei os quartos, pode empurrar a madeira!
Mestre Quincas, do outro lado do seu Graham Bell (olha aí, Castilho!), sem muito entender, atrapalhado, eufórico, respondeu também com vibrante entusiasmo:
– Tudo certo, que beleza monsenhor Einard, logo, logo vou afiar a madeira e empurrar com força. Fique relaxado!
Berilo de Castro – Médico e Escritor – [email protected]
Valeu Berilo já estava com saudades de seus valiosos contos do passado,você só batia escanteio de BICO kkkkkk verdade verdadeira.