A MENSAGEM DOS MONTES – Josoniel Fonsêca

A MENSAGEM DOS MONTES –

As montanhas do Médio Oriente, mencionadas na Bíblia, constituem marcos de grandiosos e sublimes feitos do Criador. São monumentos de duradoura glória para o povo de Deus. São páginas esculpidas da história sagrada que ali se erguem, majestosas e desafiantes, como testemunhas mudas, porém eloquentes, das grandes manifestações do Deus vivo.

O MONTE SINAI, ao sul da península do mesmo nome, é o monte povoado pelos descendentes de Ismael, filho da escrava de Abraão; monte onde Deus se revelou a Moisés na sarça ardente que simbolizava a resistência do seu povo ao jugo dos egípcios. É o monte onde, após três meses de marcha os israelitas receberam o Decálogo; onde 600 anos mais tarde, o profeta Elias, fugindo da perseguição de Jezabel, recebeu nova orientação de Deus para o final do seu ministério. É o marco da velha dispensação.

O Monte Sinai nos fala do Deus solícito; do seu propósito de pautar a meta segura do homem que Ele criou à sua imagem para viver diante de sua face: “Anda na minha presença e sê perfeito”. Fala-nos do Deus vivo; da solenidade de Sua presença; do Deus zeloso e providente; do Deus que ama e disciplina.

O MONTE CARMELO, que olha para o mar e para a planície de Esdraelon, é o marco de Deus entre a mentira e a verdade. É o monte da vitória de Deus sobre os deuses, de um só profeta de Deus contra 850 profetas do paganismo. Seu altar nos ensina que Deus quer ser adorado e que Ele ouve a oração dos que nele confiam, como sucedeu com Elias. Ele nos fala do supremo poder de Deus sobre os homens e sobre os elementos da natureza. Ele nos garante que Deus opera através dos homens que lhe são fiéis.

O MONTE MURIAH é o lugar onde Abraão preparou lenha para sacrificar o único filho de sua velhice, como prova de sua absoluta confiança em Deus; o monte onde mais tarde Salomão edificou o majestoso templo. É uma coluna de fé. Ele nos apresenta uma mensagem de obediência plena e incondicional a Deus, a despeito de qualquer sacrifício e contra qualquer circunstância e lógica humana. Ele nos ensina que a extremidade do homem é a oportunidade de Deus para demonstrar a solicitude de sua inefável providência: “Deus proverá”. Ele nos avisa de que Deus põe à prova a nossa fé.

O MONTE DA TRANSFIGURAÇÃO, que alguns supõem ser o Monte Hermon, com seus 2.814 metros de altura, foi o monte que Jesus, na companhia de Pedro, Tiago e João, escalou para orar. A narração bíblica nos dá conta de que, enquanto orava, Jesus transfigurou-se na presença deles. Logo depois, verificou-se a presença de Moisés e Elias, expoentes da Velha Dispensação, investidos já do corpo incorruptível da vida eterna. Como representantes da Lei e das profecias, eles ali estavam para confirmar o fim da dispensação da lei e o cumprimento das profecias na pessoa de Jesus Cristo, cuja divindade se demonstrou na transfiguração do seu corpo físico em corpo espiritual para entrar em contato com os representantes da pátria celestial. Jesus Cristo nos dá naquele monte a mais eloquente prova de sua divindade. O monte da transfiguração nos confirma o desaparecimento da Velha Dispensação e o aparecimento da Nova Dispensação, representada agora, não na letra morta e insensível, mas na pessoa de Jesus Cristo, tão divino quanto humano, resplandecente e glorificado. Ele marca o fim da era mosaica e a vigência da era cristã, confirmada na voz do céu que proclamou: “Este ó o meu Filho amado, a ele escutai”.

O MONTE ARARAT, com seus 5.137 metros, situado na Armênia, traz sobre a crista as ruínas da arca de Noé. Ele atesta que o pecado destrói, mas a obediência salva. Ele nos recorda que a zombaria dos homens à pregação do Evangelho da Salvação, durante 120 anos, não ficou impune. Ele nos fala de um único meio de salvação que, se desprezado, a perdição é irremediável. Ele nos aponta para Cristo, o único mediador entre Deus e os homens para a reconciliação e salvação.

O MONTE CALVÁRIO, cujo nome quer dizer crânio liso ou calvo; nos aponta o Cristo levantado da terra numa cruz. Ele atesta a consumação do plano de salvação, esboçado antes da fundação do mundo.

O Calvário atesta o requinte da maldade humana e o extremo do amor de Deus. Ele concentra a atenção do céu e da terra, do tempo e da eternidade. Sua mensagem é a da substituição e redenção. Ele anuncia a vitória de Cristo sobre Satanás e o aniquilamento da morte. Ele nos diz que Deus não transige com o pecado, que a sentença de morte sobre o pecador é imutável, mas é o memorial do perdão pela substituição, nas palavras de Cristo: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”.

O MONTE DAS OLIVEIRAS, perto de Jerusalém, foi um dos auditórios de Jesus para oportunas e precisas mensagens. Ele nos lembra o Getsemâni, onde, no último teste, Deus confirmou ao amado filho que a salvação do mundo só era possível mediante o seu sacrifício na cruz. Ele nos apresenta Cristo ressuscitado e investido de absoluto poder no céu e na terra. Ele nos fala da promessa do Espírito Santo e recorda a grande comissão de ser testemunha de Cristo até os confins da terra. Ele nos fala da ascensão de Cristo paraninfado por um anjo e da promessa do céu de que Jesus Cristo voltará, assim como subiu.

Que estas mensagens nos transportem para mais perto de Deus, na certeza de que só subirão ao monte do Senhor os que estão limpos de mãos e puros de coração.

 

 

Josoniel Fonsêca – Advogado e Professor Universitário, membro da Academia de Letras Jurídicas do Rio Grande do Norte – ALEJURN, josonielfonseca@uol.com.br

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