A POSTURA BRASILEIRA DIANTE DO QUADRO INTERNACIONAL –
Os regimes e posturas autoritárias levam, via de regra, ao isolacionismo e o atraso. Há exemplos históricos, inclusive da China, e principalmente dos nossos irmãos Portugueses na longa época do Salazarismo, afundando Portugal, que se recuperou após a revolução dos cravos com a completa normalidade democrática, conseguindo se integrar uma Europa que se unifica em que pese muitos percalços nesta construção.
O Brasil precisa definir uma política internacional que seja duradoura e que ultrapasse governos, não ficando na dependência de “bravatas” e “nepotismo”, se colocar de forma independente e soberano, na formação de blocos, como foram construídos os “Brics” e o “Mercosul”, deixar de fazer ameaças ou tentar intervir na Política e escolhas de países outros.
A perda dos recursos provenientes da Alemanha e da Noruega destinados para o Fundo da Amazônia, que são recursos geridos pelo Brasil, que ajudam na fiscalização do IBAMA no desmatamento, em projetos de sustentabilidade em toda a Amazônia legal, mitigando os bolsões de pobreza, de natureza não reembolsável de fato vai fazer falta, em razão de posturas irresponsáveis, completamente fora da tradição brasileira, contribui para o isolamento.
Apresentar um chancelar para Embaixada brasileira nos Estados Unidos, sem quaisquer credenciais, sem conhecimento das Relações Exteriores em nada contribui para as relações internacionais do país, logo no centro de muito interesse econômico e cultural, consiste em um verdadeiro afronta as melhores tradições de estadistas do porte de Rio Branco, de um Austregésilo Athayde, e mais recente de Celso Lafer e Celso Amorim.
Atacar a Argentina com ameaças em pleno processo eleitoral presidencial, ferindo o princípio da autodeterminação dos povos, principal parceiro do MERCOSUL, importante país para as exportações brasileiras e das relações do turismo, não pode mais prosperar, enseja mais orientação, é preciso parar de bravatas, e construir os consensos e diálogos, independentes das posições meramente políticas de ocasião.
A liberação desenfreada de agrotóxicos como vem acontecendo no último semestre, diante de todo este quadro, caso não haja uma reversão, poderá afetar as exportações de alimentos, principalmente, para a Europa e especialmente de frutas, em virtude do exigente mercado que valoriza as certificações e auditórias, aumentando ainda mais a crise brasileira, sedenta de empregabilidade.
A política externa deve se orientar pela multilaridade, pelo reconhecimento da diversidade cultural, pelo respeito às decisões dos fóruns e tribunais mundiais e regionais, pelo reconhecimento de tratados e convenções internacionais, pela capacidade de encontrar consensos, por políticas de paz, a não intervenção e autodeterminação dos povos, procurando se integrar efetivamente nos consensos internacionais.
Evandro de Oliveira Borges – Advogado