A RETOMADA DAS ATIVIDADES –
Em um artigo meu, recentemente publicado, coloquei a necessidade urgente de se montar um grupo de especialistas para elaboração de um plano de recuperação da economia.
Afinal, em algum momento, iremos retomar as atividades e é importante focar em como agir.
Sabemos que a reação será lenta e gradual.
Conforme as previsões de especialistas, o que mais preocupa é o nível de desemprego que deverá estar entre 15% e 18%, dependendo do tempo adicional da quarentena.
Em outro artigo critiquei o Plano Brasil, da forma como foi proposto, às pressas e sem a participação da área mais sensível a ele, o Ministério da Economia.
Merecia a crítica sim, mas não pelo plano em si, mas pela forma como foi proposto.
É importante entender que, mesmo com liberação total das atividades, o setor privado não terá condições de reagir na velocidade e na proporção que necessitamos.
As empresas estão descapitalizadas, a demanda está e permanecerá baixa e a população sofrendo as consequências do achatamento de sua renda.
Ainda que o governo esteja disponibilizando créditos às empresas, auxílios à população de baixa renda e informais, créditos especiais às micros e pequenas empresas, que, por várias questões, ainda não chegaram onde deveriam, isso não será suficiente para a plena recuperação do nível de atividade econômica.
Caberá ao estado sim participar desse contexto com o tão discutido investimento público.
Essa é uma discussão que tem os seus defensores e os contrários.
Vejo o orçamento da união extremamente engessado, uma peça que, da forma como está não deixa muita margem de manobra. Assim como vários economistas.
O Brasil já há algum tempo investe muito pouco. O nível de investimento, menos que 2% do PIB, sequer suporta a manutenção dos projetos já executados.
A média de investimento está bem abaixo dos nossos vizinhos da América Latina que chegam a 5%, conforme dados do FMI.
O próprio FMI faz uma crítica severa, quanto a priorização, avaliação e a seleção dos projetos, o que concordo em número, gênero e grau.
Além disso, não há um detalhamento competente de inúmeros projetos o que acarreta alterações e aumentos sucessivos de preços.
O acompanhamento da execução também é falho.Ou seja, investimos mal!
Outro fator importante é o abandono de obras, ainda que importantes, pela simples troca de governo.
Outra questão que vejo, ainda nesse contexto, é a falta de garantia dos recebimentos, o que acarreta paralizações, atrasos e aumento no preço final do empreendimento.
Especialmente nesse caso por conta de variações no nível de arrecadação.
Ainda nessa questão de orçamento, hoje, com o teto de gastos e a atual situação dessa crise, algumas questões devem ser melhor debatidas.
Acredito que um orçamento deve ser flexível e, assim como temos uma meta de inflação, deveríamos pensar em um sistema de metas de endividamento, que os especialistas da área têm condições de organizar.
Outra questão já muito debatida por economistas de renome é a flexibilização ou não do teto de gastos.
A meu ver, nessa crise sanitária e econômica de proporções catastróficas, não há como não elevar a divida publica na retomada das atividades.
Num futuro, espero que próximo, as previsões de investimentos, bem avaliadas e medidas em termos de retorno, com seus orçamentos bem executados, deveriam não fazer parte do teto e sim estar lançadas em apêndice específico.
A grande preocupação hoje é o oportunismo, que já se anuncia pelo simples fato de se pensar em investimento público. Já se pensa em tornar permanente uma série de gastos excepcionais, já há uma corrida a projetos de interesse eleitoral, enfim já se avista desperdícios.
Mas o fato é que o poder público terá que investir.
Apenas as reformas estruturantes não trarão a atividade econômica nos níveis necessários.
Deverá escolher projetos específicos, já em andamento ou não, que requeiram o menor investimento possível e uma alta taxa de retorno, especialmente na absorção de mão de obra.Acelerar as privatizações exequíveis.
Quanto aos investidores estrangeiros, não acredito que venham participar desse processo de imediato,dada a atual crise política que vivemos. Não há segurança para isso e, em alguns setores, o marco regulatório deverá sofrer alterações.
Essa participação do poder público será fundamental para acelerar a atividade econômica, em que pese, a posteriori, a administração de um déficit maior do PIB.
Não vejo a liberação com a alegria que gostaria. Teremos um período de quase pós guerra, haverá a contagem dos mortos econômicos, das portas que não se reabrirão e de oportunidades perdidas.
Será imprescindível maior harmonia entre os agentes econômicos e, especialmente, uma apaziguação do quadro político e a união de todos poderes para que consigamos os melhores resultados.
Novos tempos estão por vir, mas nada será como antes em diversos setores.
Teremos que nos readaptar a essa nova situação, será um renascimento social.
Roberto Goyano – Engenheiro
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