Sons a longas distâncias, frequências ultrassônicas e ruídos de presas são alguns dos sons que apenas os gatos conseguem ouvir.
Os humanos pensam, mas nem sempre raciocinam. Há pessoas que tem o raciocínio curto.
Há animais muito mais inteligentes do que certos humanos. Assim são os cachorros e gastos.
Sou testemunha de que Koruga, o gato preto angorá, da minha tia Carmen, tanto pensava, como raciocinava. Conhecia que ela estava se aproximando de casa, pela zoada do motor do carro.
Por volta das cinco horas da tarde, o gato ficava pulando junto à janela, querendo subir para vê-la chegar do trabalho, no seu primeiro fusquinha.
Abriam-lhe a janela da casa da Praça Padre João Maria, para que subisse no patamar, onde ficava todo faceiro, com o olhar fixo na esquina da Igreja Matriz, por onde o carro viria. Parecia estar querendo dar-lhe as “boas vindas”, depois do trabalho. Era uma cena linda.
Certo dia, minha tia cismou que o gato estava sendo maltratado por uma serviçal da casa, pois quando ele dormia numa cadeira de balanço, na sala de jantar e a moça se aproximou, bruscamente ele despertou e saiu correndo em disparada, como se estivesse apavorado. Seu instinto animal o avisou de que estava em perigo, e ele se defendeu.
Minha tia botou na cabeça quer iria descobrir o porquê desse pavor. Não deu outra. Poucos dias depois, ela flagrou a moça enxotando Koruga da cozinha, às vassouradas.
Deu-lhe um show de “carões” e deu-lhe as contas, dizendo o porquê: Não admitia que ninguém maltratasse seu gato, nem o enxotasse da cozinha debaixo de vassouradas. Não houve pedido de desculpas que a comovesse. A moça pediu-lhe mil desculpas e prometeu que não faria mais isso.
Não houve jeito dela voltar a confiar na moça. Sabia que a maldade humana não tem jeito. Tinha certeza de que, mais cedo ou mais tarde, o gato voltaria a ser maltratado pela serviçal.
Koruga tinha bom gosto. Era louco por sardinhas enlatadas, e minha tia o acostumou a esse alimento, que estava presente em qualquer refeição que ele fizesse.
Era um bichano fino e muito bem tratado.
Uma vez por outra, o veterinário o consultava em casa, receitando-lhe o que havia de melhor, para mantê-lo saudável, com saúde perfeita. E Koruga viveu muitos anos.
Encontrei, pesquisando no site “Perito Animal”: “O gato Angorá é uma raça de “personalidade” forte e, por isso, precisa de donos dispostos a lidar com as suas manias. É uma raça de gato bem sociável, que gosta de estar em contato com humanos o tempo todo. Mas, apesar de gostar de carinho, também é arisco e se cansa com muito agrado, se afastando de repente.”
Ao se pegar um Angorá no colo, ele, provavelmente, vai pedir para descer. O angorá gosta de atenção e de tomar conta do espaço doméstico. Esperto e ágil, o Angorá também “adora” uma brincadeira, principalmente as que envolvem escalar móveis e objetos altos pela casa. Por isso, telar janelas da casa ou apartamento é uma boa saída para evitar que esse gato agitado fuja.
Ninguém consegue desafiar a inteligência de um gato Angorá. Eles são muito espertos e capazes de aprender muitas coisas com os humanos. Isso pode ser percebido através de sua extrema curiosidade, sempre explorando os ambientes. Além disso, se adaptam facilmente a qualquer local, apesar de não serem fãs de mudanças.
Eles se dão muito bem com crianças e idosos.
Minha saudosa tia Carmen tinha grande afeição por esse tipo de gato.