As superstições sempre existiram nas cabeças das pessoas, desde que o mundo é mundo, e chega a atrapalhar decisões que devem ser tomadas, como datas de viagem ou de mudanças de imóvel.
Sempre se ouviu falar que gato preto dá azar. Entretanto, minha querida tia Carmen era louca por gato preto, e na casa dela sempre havia um, cujo nome era Koruga. Nada de nefasto, vindo do gato preto.
Existem várias superstições, carregadas de crenças passadas por inúmeras gerações.
O conceito de superstição está ligado à crença em algo sem fundamento lógico. Ou seja, é passada oralmente entre gerações, e já faz parte da cultura popular.
Superstição também é chamada de crendice popular, e sempre influencia o comportamento das pessoas .
As superstições podem ter características pessoais, religiosas ou culturais.
Na religião, por exemplo, acredita-se que ao abrir a página da Bíblia ao acaso irá se receber uma resposta, ou mensagem que diz respeito a algum problema pessoal pelo qual alguém está passando.
As superstições acompanham a humanidade desde a antiguidade. Estiveram sempre presentes na história e associadas a rituais pagãos.
O termo superstição vem do latim “superstitio, sendo associado ao conhecimento popular. Desde a antiguidade, os povos associavam as crenças aos aspectos mágicos, determinando o que seria sorte ou não. Muitas superstições da antiguidade se perderam no tempo e deixaram de impressionar as pessoas.
Há pessoas que detestam gato preto, borboleta preta ou qualquer outro animal preto. A visão de um gato preto ou borboleta preta, para essas pessoas, significa aviso de futura contrariedade, premonição de algum acontecimento trágico, ou qualquer outra ocorrência maléfica, que afaste a alegria.
Na obra “Memórias Póstumas de Brás Cubas” (1881), Machado de Assis fixa a superstição:
“Digo lá dentro, porque cá fora o que esvoaçou foi uma borboleta preta, que subitamente penetrou na varanda, e começou a bater as asas em derredor de D, Eusébia. D. Eusébia deu um grito, levantou-se, praguejou umas palavras soltas;- T’esconjuro! Sai, diabo… Virgem Nossa Senhora!…- Não tenha medo, disse eu, e, tirando o lenço, expeli a borboleta” (capítulo XXX) No capítulo XXXI, ” “A borboleta preta”, há toda uma cena. Brás Cubas não pode suportar a companhia da borboleta negra. Afugenta-a de todos os modos. Acaba matando-a. Depois, arrepende-se, concluindo na velha técnica machadiana: “Também por que diabo não era ela azul?”
Se fosse azul, não anunciava tristeza. Borboleta preta pode ser a representação, figuração ou encarnação de uma feiticeira, de um espírito mau, trazendo desgostos, espalhando misérias. A borboleta preta, comumente é chamada de bruxa.
Há pessoas tão supersticiosas, que se descontrolam diante de um animal preto, seja ele qual for, inclusive uma inofensiva borboleta.
Nos dias atuais, a superstição exagerada é algo muito difícil de se ver. Quando muito, admite-se preferências de cor nas vestimentas ou adornos. Nada que tenha a ver com pessoas ou animais.
As superstições estão presentes em várias culturas e países. Em alguns países, sobretudo, essas crenças foram criadas na Idade Média, acerca de bruxas e gatos pretos.
Nos Estados Unidos, por exemplo, tem-se receio do número 13. Aliás, algumas linhas áreas não tem assentos com esse número. E alguns prédios são construídos sem o 13º andar.
Na Itália, o número 13 também é visto como número de azar. Além disso, o número 17 também causa receio nos italianos, principalmente, se for sexta-feira.
Há artistas brasileiros tão supersticiosos, como Roberto Carlos, que só fazem show de azul, ou azul e branco. Outros não se apresentam de marrom ou preto.
Esse tipo de superstição é comum e não prejudica ninguém, chegando a ser levada na brincadeira.
É assim também, a superstição contra o número 13, no nosso País. Há pessoas que tem pavor a esse número.