A TELEMEDICINA E A CARIDADE –

Embora não seja médico, sempre dimensionei a ciência de Hipócrates ao patamar do sacerdócio.

A Medicina cura o corpo, cuida da alma, preserva o ser em sua essência ambivalente, metafísica.

A Medicina lida com o mistério da Vida, algo inefável, que se transfigura para o nível incognoscível do Bem.

Soube, há pouco, aqui na hinterlândia brasileira, na Fazenda Cachoeiras da Boa Vista, un paradiso preservacionista, refúgio pandêmico, que o dileto amigo Ognev Meireles Cosac foi reeleito para continuar a dirigir a Associação Médica da Capital da Esperança.

O Tempo é o senhor das ações!

A grata notícia veio pela fala de nosso amigo cardiologista Antônio Paulo Filomeno, médico de nomeada internacional, sempre à serviço da caridade.

Mais, hoje, às 7 horas, ao romper o dia, ao alvorecer, já nos encontrávamos sob os cuidados médicos de um incansável urologista, Manoel Aparecido Gomes Silva, dono da Clínica Tesla Imagem, que relatou a grandeza do trabalho nacional do presidente Ognev Cosac e da doutora Dora (Dorinha), sua senhora.

A noite benfazeja se completou com a notícia de um belíssimo projeto, sugerido por Filomeno, sempre voltado aos
mais necessitados, embora jamais alardeie suas atividades, ilustrando-nos que o pandemônio desta pandemia impõe
à Aldeia Global novas facetas em servir ao próximo, por intermédio da telemedicina.

A Medicina do porvir!

Então, se tomou conhecimento de que os médicos, poderiam atender os asilos de mendicidade, as casas de repouso para idosos, os carentes recolhidos em instituições; enfim, aqueles alquebrados pelo ciclo da senectude, ou seja ao recolhimento vivencial. Seria o amparo de forma altruística, gratuita, doando uma ou mais horas por semana, salvando vidas, exercendo a medicina em seu mais alto grau – a doação.

Eis a essência do ato de servir!

Naturalmente, sub examine, observados os ordenamentos éticos, técnicos e procedimentais da área médica.

Ailson Guedes, médico natalense, diletante maior, humanista da linhagem de Nicholas André, da vetusta Faculdade de Medicina de Montpellier, exultou com a alvissareira viabilidade, pós-pandêmica, de servir ao próximo na dimensão da telemedicina, que se torna uma realidade, face ao vertiginoso desenvolvimento da tecnologia mundial.

A fransciscanidade deve reger o homem e sua sublimação – pois “é dando que se recebe”, sob a ótica do Homem de
Assis.

Confesso que ficamos empolgados com o projeto suscitado por Antônio Filomeno, fato que se dará publicidade no Velho Mundo, especialmente junto à Academia das Ciências de Lisboa, à qual se tem a honra de pertencer ao lado de 20 ilustres brasileiros, irmanando-nos nesta secular sociedade na promoção e na difusão, erga omnes, da Cultura e das Ciências.

Mais, se a Associação Médica anuir com este projeto, será uma enorme distinção poder estabelecer videoconferência transoceânica com a quase tricentenária Casa do Duque de Lafões, antiga Academia Real das Ciências.

Recentemente, foram conduzidas manifestações desta ordem com magnanimidade acadêmica, via da internet, sob os auspícios do Presidente da Academia das Ciências de Lisboa – Professor Doutor Carlos Salema.

O Tempo dirá!

 

José Carlos Gentilli – Escritor, membro da Academia de Ciências de Lisboa e Presidente Perpétuo da Academia de Letras de Brasília

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