A TERCEIRA LEI DE NEWTON –

Em minha concepção, os usuários do poder ou da força, para tripudiarem sobre os mais fracos, física ou intelectualmente, o fazem na expectativa de camuflar suas frustações ou incompetências. Anos atrás, Joseph Goebbels, fiel escudeiro de Hitler, bradou ao mundo sua celebre frase, fazendo não somente história, como também escola: “uma mentira contada mil vezes, transforma-se em uma pura verdade”. Não restam dúvidas de que nos dias atuais, o povo brasileiro vivencia uma realidade sui generis, onde, de concreto, somente o convívio com um país sob o domínio de economia claudicante, serviços públicos rastejando, e infelizmente, a credibilidade de suas momentâneas autoridades, tergiversando na bacia das almas.

Resta cultivarmos a esperança de os tempos ora vivido estarem mais para a terceira lei de Newton, também conhecida como da “ação e reação” (tudo o que sobe, um dia desce) que para axiomas, nada mais sendo senão teorias, por algum tempo aceitas como verdade, embora não passando de hipóteses que na verdade dificilmente poderão ser provadas.

Tudo o que sobe, desce. A matemática e a física explicam tais movimentos, se completando… quando a trajetória de algo ou alguém é forjada em exemplos mentirosos, ao chegar no fundo do poço, dificilmente encontrará forças para, ressurgindo das cinzas, voltar a deliciar-se com bebidas importadas, extorquidas de terceiros ou charutos cubanos, ganhos de personalidades mais para ditadores que para democratas.

Lembro quando, no Colégio Marista, cursando a sétima série, aluno da Professora Amélia e do Irmão Arlindo, conheci um colega, de estatura avantajada, ruim em português, péssimo em matemática, mas diariamente batendo em seus amiguinhos de menor porte. Naquele dia, um garoto de baixa estatura, foi ameaçado. Com medo, não compareceu ao Bar do Cabeleira, para o lanche, nem, ao final das aulas saiu pelo portão de baixo como de costume, fugindo pelo pomar do Seminário, no lado oposto da rua. Dia seguinte, a mesma perseguição. O pavor de apanhar era tão intenso que o garoto, de sete anos, resolveu reagir. Preparado, voltou à rotina. O Grandão, imaginou desmoralizá-lo ao vê-lo saindo do colégio em direção à banquinha do Rolete do Índio, localizado no canteiro central, bem defronte à Casa de Saúde São Sebastião. Quando se preparava para esbofeteá-lo, viu o “covarde”, como ele o chamava, enfiar a mão na bolsa cheia de livros, dali retirando um canivete automático, já aberto. O “corajoso” deu uma carreira e, segundo dizem, foi visto passando pela Praça Gonçalves Ledo “a mil por hora”. Nunca mais as agressões se repetiram.

Lembro-me deste episódio, ao ver autoridades, teoricamente letradas, fazendo uso da televisão, para mentirem ao povo brasileiro, principalmente àqueles milhões e milhões que não sabem ler nem escrever, tentando incutir-lhes na mente algo sabido como inverdade. O mais importante, porém, é que, como “tudo o que sobe desce”, suas horas estão acabando a medida que novos ventos haverão de soprar. Então os engodos proferidos por personagens somente ascendidos pela política, serão definitivamente extirpados de nossas vidas, bons filhos deste Brasil, tão querido e desejado por todos os homens de bem.

 

 

Alberto Rostand Lanverly – Presidente da Academia Alagoana de Letras

 

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