A VACA E A CAPIVARA –

Até decidirmos conhecer Curitiba eu sabia pouquíssimas coisas sobre a cidade, além de ser linda e limpa. Então, fiz o dever de casa: estudei a cidade, restaurantes, hábitos, como passear por lá. Fiz isso tudo, mas me surpreendi com o animal que estava em praticamente todos os souvenires da cidade: a capivara. Não li nada sobre elas!

Então, em uma de nossas caminhadas ao ar livre, fazendo planos para o futuro e falando de algumas angústias do presente, vimos um grupo imenso de capivaras ao sol. Primeira coisa que disse a Flavinho foi:

Primeira coisa que Flavinho me disse foi:

Vamos ser capivaras!

Como boa turista, fiz inúmeras fotos de uma imensa capivara e seguimos nosso caminho.

Quando me estresso até hoje ele me diz: CA PI VA RA!

É isso!

Então, nos primeiros dias do ano de 2023 pegamos a estrada e fomos para Recife, Campina Grande e Baía da Traição. Eu dirigindo e ele no GPS. De repente, entre a Paraíba e Pernambuco, Flavinho solta a reflexão do dia:

Depois da risada, claro, começamos a discutir os prazeres de ser vaca. Cheguei a conclusão que as vacas são serenas também. Não querem guerra com ninguém. Os carros passando na estrada, o barulho de uma buzina ou freada aqui e ali e elas plenas, cuidando de suas próprias vidas, refletindo sobre o mundo enquanto mascam seu matinho, sem fazer estardalhaço, sem incomodar ninguém. É! A natureza tem sempre o que nos ensinar. Tenho a fome constante da vaca, mas devia ter a serenidade dela e da capivara, para ver o mundo correr ao meu lado e ficar calma, firme no meu mundinho, cuidando de minha própria vida, tomando sol sem me importar com a opinião alheia…

 

 

 

Bárbara Seabra – Cirurgiã-dentista e Escritora

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