A VIDA DÁ UMAS VIRADAS… – Bárbara Seabra

A VIDA DÁ UMAS VIRADAS… –

 A gente pensa que está tudo correndo bem, tudo de boas na lagoa e aí… bum! Vem a pandemia!

A gente se acostuma com a pandemia, com os pedidos no IFood, com os aplicativos dos supermercados, os pedidos pelo WhatsApp à padaria, à farmácia, às boleiras da cidade e aí… bum! Começa o retorno!

A gente se acostuma a trabalhar em casa. Câmera ligada, microfone a postos, cabelo penteado, unhas feitas, maquiagem, mas com calça de pijama e sandália Havaiana e aí… bum! Volta o presencial, o trânsito, o tempo apertado, o salto alto, a calça jeans.

A gente se acostuma a assistir Netflix, HBO GO, Amazon Prime e aí… bum! O cinema volta com novidades e o cheiro de pipoca invade nossos sentidos em meio ao passeio dominical.

Mas a gente se percebe que ainda não está pronto para isso. Eu não consigo me ver no cinema, num restaurante self service ou num avião por quatro horas… Eu! Mesmo com máscara, com álcool em gel, duas doses de vacina. Eu!

Cadê a normalidade? Cadê minha normalidade? Aliás, o que é normal? Ouvi falar em novo normal, em antigo normal, mas olhando de minha janela, com uma xícara de chá sem açúcar (exigências da nutricionista!, meu “novo” normal) e escutando os barulhos da cidade, suas buzinas, gritos e latidos, percebo que nada mais é normal…

Não para mim…

Será que sou eu? Será a pandemia? Será a idade e as reflexões que insistem em bater à porta de minha mente com uma constância que incomoda? Em um momento você é jovem e pode mudar o mundo e no outro, sem nem mesmo percebê-lo, estou eu me questionando se a palavra normal terá o mesmo significado que teve até 2019!

Não… isso não pode ser normal… A vida dá umas viradas, cruza umas esquinas, desce umas ladeiras e a gente se coloca a perguntar o que é normal, legal ou real. Sim, até a realidade me parece distorcida pelas redes sociais e as histórias parecem ter mil versões e em nenhuma podemos confiar… Não sei a resposta para muitas das perguntas que insistem em fazer minha testa franzir e o coração acelerar. Simplesmente, não sei…

Em meio a elas, respiro fundo, conto até dez… ou cem… ou mil… e peço a Deus que seja normal a paz, o amor, a esperança e a fé, mesmo em meio a tantas coisas que “normalmente” estão fora de lugar…

 

 

 

Bárbara Seabra – Cirurgiã-dentista e professora universitária

As opiniões contidas nos artigos são de responsabilidade dos colaboradores
Ponto de Vista

Recent Posts

COTAÇÕES DO DIA

DÓLAR COMERCIAL: R$ 6,6850 DÓLAR TURISMO: R$ 5,9140 EURO: R$ 6,4600 LIBRA: R$ 7,5660 PESO…

10 horas ago

Tarifa Social: Mais de 100 mil famílias da Grande Natal podem ter até 65% de desconto na conta de luz

Mais de 102 mil pessoas que moram nos 15 municípios que integram a Região Metropolitana…

10 horas ago

Prévia da inflação de abril fica em 0,43%, puxada pelos alimentos

A prévia da inflação oficial registrou 0,43% em abril, pressionada pelos preços dos alimentos e itens de…

10 horas ago

Maioria no país, alunos mais pobres têm menor aprendizado em leitura

Os estudantes com menor nível socioeconômico (NSE) têm pior desempenho em leitura, e quase metade…

10 horas ago

Edital do concurso do Idema é publicado com 180 vagas e salário inicial de R$ 5.118,52

O governo do Rio Grande do Norte publicou nesta sexta-feira (25) o edital do concurso…

10 horas ago

STF tem maioria para condenar Débora Rodrigues, mulher que pichou estátua da Corte; pena ainda será definida

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria, nesta sexta-feira (25), pela condenação…

10 horas ago