Viúva Maria do Céu Harris está no velório de João Gilberto — Foto: Carlos Boeckel / G1

O corpo de João Gilberto é velado, na manhã desta segunda-feira (8), no Theatro Municipal do Rio. Uma das primeiras a chegar à cerimônia, que será realizada até as 14h, foi a atriz Glória Pires. Por volta das 9h30, a viúva do músico, Maria do Céu Harris, de 55 anos, chegou ao local. O corpo do músico será enterrado às 16h, no cemitério Parque da Colina, em Niterói.

Às 10h, o velório foi aberto para que os fãs possam se despedir do músico. Das 9h30 às 10h, a cerimônia ocorreu apenas para familiares e amigos.

João Gilberto morreu em casa, neste sábado (6), aos 88 anos. Ele foi um dos criadores da bossa nova. O músico enfrentava problemas de saúde havia alguns anos.

No início da tarde deste domingo (7), a viúva de João, Maria do Céu Harris, de 55 anos, saiu do apartamento onde vivia com o músico por volta das 12h. Muito emocionada, ela não quis falar com a imprensa. O corpo do cantor havia sido levado do apartamento da família no Leblon, na Zona Sul do Rio, ainda durante a madrugada.

Bebel Gilberto, filha do músico João Gilberto, chegou ao aeroporto Tom Jobim pouco depois das 12h deste domingo (7). A cantora estava em uma turnê nos Estados Unidos quando recebeu a notícia da morte do pai. Muito emocionada, ela abraçou um homem que a aguardava na área do desembarque. Chorando, Bebel pediu desculpas e disse que não estava em condições de falar.

Pai da bossa nova

João Gilberto Prado Pereira de Oliveira concluiu em 1961 a trilogia de álbuns fundamentais que apresentaram a bossa nova ao mundo: “Chega de saudade” (1959), “O amor, o sorriso e a flor” (1960) e “João Gilberto” de 1961.

O álbum que marcou o início do gênero em 1959, “Chega de saudade”, traz a música de mesmo nome composta por Tom Jobim (1927-1994) e Vinicius de Moraes (1913-1980).

A canção havia sido apresentada em um LP em abril de 1958 por Elizeth Cardoso (1920-1990), mas a versão mais conhecida, com a voz de João, foi lançada em agosto do mesmo ano.

João Gilberto nasceu em Juazeiro, na Bahia, em 10 de junho de 1931. O governo do estado declarou três dias de luto pela morte.

Depois de alguns anos morando em Aracaju (SE), onde passou a tocar na banda escolar, voltou à sua cidade-natal e, aos 14 anos, ganhou o primeiro violão do pai.

Depois da consagração, lançou criações próprias e seguiu com shows e discos que se tornaram obras de arte, como é o caso de “Amoroso”, álbum gravado nos Estados Unidos entre 1976 e 1977 sob o selo Warner Music.

O álbum foi relançado no Brasil em formato longo durante os festejos dos 60 anos da Bossa Nova. O álbum celebra o encontro harmonioso do artista brasileiro com o maestro alemão Claus Ogerman (1930 – 2016).

A produção de João foi objeto de uma disputa judicial em 2018. A defesa do cantor pedia uma revisão no valor de uma indenização da gravadora EMI Records, hoje controlada pela Universal Music. Em 2015, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) proibiu a empresa de vender os discos do artista sem seu consentimento. A Universal não comenta o caso.

Fonte: G1

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