ACIDENTES AÉREOS GRAVÍSSIMOS FAZEM ACENDER SINAL DE ALERTA DE SEGURANÇA –

A segurança de voo em primeiro lugar, depois vem o conforto, os custos, performances etc. é dístico dos órgãos de prevenção de acidentes aéreos. As aeronaves envolvidas constam de recente lançamento da maior fabricante de aviões comerciais dos EUA, e os dois acidentes em espaço de tempo pequeno fez acender a luz de alerta. Tragédias que comoveram o mundo, além do que nada é mais prejudicial para um fabricante de aviões do que a queda de um de seus exemplares.

A companhia GOL relatou que possui sete aeronaves do tipo e que realizaram quase 3 mil voos com o 737 Max 8, em total de 12.700 horas, reiterando que todas as escalas voadas com plena segurança e eficiência. Embora ressalte a total confiança no tipo de aeronave, a direção da companhia assegurou que manterá sua equipagem no solo até novas deliberações da Boeing e da FAA (Administração Federal de Aviação).

Mais grave ainda foi que o Boeing literalmente precipitou-se até o solo em apenas seis minutos, após haver decolado do aeroporto da capital etíope, Adis Abeba, que seguia com destino a Nairobi, no Quênia. Nenhum dos 157 passageiros e tripulantes sobreviveram. Na realidade, foi um tétrico replay com a queda do Boeing da Ethiopian Airlines, que repetiu acidente na Indonésia acontecido cinco meses antes.

Afora a tragédia com perdas de vidas, o aspecto financeiro é um revés no marketing e no equilíbrio contábil das receitas, tanto para a indústria aeronáutica quanto para as companhias. No mercado de ações, os papéis da Boeing despencaram 7% no primeiro momento na Dow Street, que fez derrubar o Ibovespa, refletindo fortemente o imprevisto na indústria quando um dos modelos de sua fabricação sofre um evento catastrófico. Com a agravante que foram ocorrências graves com tipos de aeronave recém-lançados.

A ressaltar que existem mais de 350 Boeings, idênticos aos dois que caíram, em voo em diversas companhias aéreas espalhadas pelo mundo. Os pedidos em fila de espera chegam a 5.111.

No acidente anterior, na Indonésia, um Boeing 737 Max 8 (da Lion Air) despencou contra o mar doze minutos após decolar do Aeroporto de Soekarno-Hatta, em Jacarta. Esse voo 610 seguia para a cidade de Pangkal Pinang, com a morte consequente de todos os 189 ocupantes.

A ressaltar que os demais modelos Boeing 737 (200, 300, 500, 800, 900) voam há décadas com elevado grau de segurança e eficiência, além de enorme sucesso na preferência dos passageiros em tantos países.

Para os especialistas em prevenção e investigação de acidentes aéreos, a luz de alerta agora é reflexo de várias circunstâncias que saltam aos olhos. Primeiro de serem aeronaves idênticas que acidentaram da mesma forma e em exíguo intervalo de tempo. Para se ter uma ideia d novidade, em 2016 um modelo desses ainda voava em testes, e as tragédias podem significar que possível erro de projeto ou concepção, ou colapso estrutural gravíssimo, pod ter acontecido; tudo deverá ser esmiuçado agora.

Os investigadores em conjunto com a Boeing Company inevitavelmente irão descobrir o que se passou nessas terríveis circunstâncias, e poderão (deverão) corrigir o que se deduzir de errado.

De certo é que tais exames meticulosos, em casos semelhantes, costumam levar muito tempo para a conclusão, a acuidade nestes casos é imprescindível.

 

Luiz SerraProfessor e escritor
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