Carlos Ghosn, que comandava a multinacional Nissan, foi preso em novembro de 2018 no Japão — Foto: AFP
Carlos Ghosn, que comandava a multinacional Nissan, foi preso em novembro de 2018 no Japão — Foto: AFP

O escritório de advogados japoneses que defendia Carlos Ghosn anunciou nesta quinta-feira (16) a saída do caso do executivo, como resultado da fuga do ex-CEO da Renault-Nissan para o Líbano.

“Hoje entregamos ao tribunal de Tóquio uma carta com a renúncia de todos os advogados do gabinete de Hironaka para todos os assuntos relativos a Carlos Ghosn”, explicou o advogado Junichiro Hironaka em comunicado.

A decisão não é uma surpresa, já que Hironaka, de 74 anos, disse que se retiraria após a fuga de seu cliente. Porém, era esperado que outros advogados de seu escritório assumissem o caso de Ghosn.

Dois outros escritórios de advocacia japoneses, o de Hiroshi Kawatsu e o de Takashi Takano, trabalham com Hironaka há um ano para defender Carlos Ghosn, sobre o qual estão pendentes quatro acusações.

Nas entrevistas que deu a vários meios de comunicação do Líbano, Ghosn declarou que precisava de seus defensores japoneses.

Eles estão em uma situação delicada, agora, devido à fuga de seu cliente. A proibição de deixar o país era uma condição para sua libertação sob fiança, pela qual os advogados se tornaram garantidores.

O tribunal de Tóquio validou nesta quinta-feira a separação dos processos no caso Ghosn, segundo a imprensa japonesa.

Ghosn deveria ser julgado ao mesmo tempo que seu ex-braço direito Greg Kelly e a Nissan no capítulo sobre sonegação. Na ausência de Ghosn, apenas as outras duas pessoas serão julgadas, pois o direito penal japonês não prevê um processo à revelia.

Embaixador francês teria avisado sobre ‘conspiração’

Carlos Ghosn afirmou que o embaixador da França o avisou pouco antes de sua prisão de que a montadora japonesa estaria tramando contra ele.

“Francamente, fiquei chocado com a prisão e a primeira coisa que pedi era para que se certificassem de que a Nissan soubesse para que me enviassem um advogado”, disse Ghosn à Reuters em entrevista na capital libanesa na terça-feira (14).

“No segundo dia, 24 horas antes disso, eu recebi uma visita do embaixador da França que me disse: ‘A Nissan está se voltando contra você’. E foi aí que percebi que era tudo uma conspiração.”

Fonte: G1

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