Vencedora do processo de relicitação do Aeroporto Internacional de São Gonçalo do Amarante, também conhecido como Aeroporto de Natal, a Zurich Airport pagou na última sexta-feira (5) a sua parte no contrato, de aproximadamente R$ 320 milhões.
Segundo a empresa, a previsão é de que ela assuma 100% das operações do terminal até março de 2024.
“Em um prazo de até 10 dias depois do acerto feito pela concessionária, inicia-se o processo de operação assistida, no qual as duas concessionárias – a atual e a futura administradora – irão operar o aeroporto de maneira conjunta”, informou a empresa.
O aeroporto foi arrematado em leilão no dia 19 de maio de 2023 por R$ 320 milhões, com ágio de 41% sobre o lance mínimo. Segundo a Anac, essa foi a primeira relicitação de um ativo de infraestrutura concedido à iniciativa privada no país.
O pagamento da Zurich, feito à Inframérica, atual concessionária do Aeroporto, foi realizado após o governo federal também quitar sua parte da indenização à empresa no fim do ano passado.
Nesta terça-feira (9), representantes da empresa se reuniram com o prefeito de São Gonçalo do Amarante, Eraldo Paiva.
“Nosso plano de transição operacional está com a Anac para aprovação e a gente combina um tempo de transição assistida com a Inframérica, que pode durar de 30 a 45 dias. Considerando todas as variáveis é razoável pressupor que a gente vai começar a operar no começo de março. Pode ser um pouco antes ou um pouco depois”, afirmou o CEO da Zurich Brasil, Ricardo Gesse.
De acordo com ele, não há previsão inicial de investimentos para expansão do terminal, porque a empresa considera que a estrutura é boa.
“Temos esforços para encher o aeroporto, que com certeza tem muito potencial. A gente faz uma prospecção muito grande com companhias aéreas, a gente conversa, mostra o potencial turístico das regiões, sugere aumento de voos, novas rotas. São conversas constantes e estamos seguros que vamos trazer um aumento de voos para o aeroporto”, disse.
A Zurich Airport já está em outros quatro outros aeroportos no país: tem participação no Aeroporto de Confins e opera os aeroportos de Macaé, Vitória e Florianópolis.
Aeroporto de Natal
O Aeroporto de Natal foi o primeiro do país a ser concedido à iniciativa privada, em 2011, dentro do programa federal de concessões aeroportuárias.
Localizado no município de São Gonçalo do Amarante, na região metropolitana da capital, o terminal tem capacidade para receber seis milhões de passageiros por ano. O novo contrato de concessão terá duração de 30 anos.
Em 7 de fevereiro de 2023, a diretoria da Anac aprovou, em caráter inédito, o edital de relicitação do aeroporto.
“A adesão ao processo de relicitação é um ato voluntário e consiste na devolução amigável do ativo, seguida pela realização de novo leilão e a assinatura de contrato de concessão com a nova concessionária vencedora do certame. Trata-se de um mecanismo que traz segurança jurídica aos contratos e permite a continuidade da prestação dos serviços”, informou a Anac.
Devolução
Em 2020, a Inframérica informou que uma das justificativas para a devolução amigável era o tráfego de passageiros “que foi negativamente impactado principalmente pela severa e longa crise econômica enfrentada pelo país, ocorrida justamente no período inicial da concessão e que impactou diretamente o turismo na região”.
A expectativa da empresa para 2019 era de que o terminal potiguar movimentasse 4,3 milhões de passageiros, mas o fluxo registrado foi de 2,3 milhões. O novo aeroporto só bateu a marca do último ano de operação do Augusto Severo – antigo aeroporto que atendia Natal – duas vezes: em 2015 e 2018.
Além disso, a empresa alegou que as tarifas de embarque e as tarifas de navegação aérea do Aeroporto de Natal eram inferiores às cobradas em outros terminais privatizados.
O terminal aéreo inaugurado em 2014, passou a ser administrado pelo grupo argentino em 2012 e o prazo da concessão estabelecido em contrato era de 28 anos.
Fonte: G1RN