Começo por aqui, digitando algumas palavras, sem saber direito como escrever sobre mais um evento desagradável, ocorrido comigo, no último final de semana. Confesso que não foi nada fácil lidar, mais uma vez, com a repulsa, desprezo e o ódio contra a mulher, no caso eu.
Não foi nada parecido com os que já vivenciei. Digo, nem pior e nem menos pior do que já sofri, foi, de longe, diferente. Não, não creio que tenha sido gratuito. Ninguém age daquela forma, com os olhos azedos de ódio por ver uma mulher independente, empoderada e de esquerda, gratuitamente.
Os ataques foram cruéis e, pior, era nítido o prazer que emergia do sacarmos, ao tentar me intimidar e me fragilizar com gritos e palavras que menosprezam a figura feminina. Pensei muito antes de escrever este artigo, afinal, o agressor é alguém próximo, que conheço desde o seu nascimento.
Não citarei nomes, pouparei pessoas que verdadeiramente eu amo, mas não me calarei diante de tamanha agressão que, diga-se de passagem, não foi gratuita. Não quero pedir compreensão nem tão pouco perdão por trazer à tona algo tão monstruoso. O fato é que tudo aconteceu como deveria acontecer, o agressor guardou sua ira até quando não lhe coube mais.
Já me fiz aquela velha pergunta: será que eu estava no dia, lugar e hora errados? Pois bem, tenho certeza que eu estava onde deveria estar, não estava ali por mero acaso, pura falta de sorte ou coisas do tipo, argumentos estes que só servem para tentar justificar situações inconcebíveis.
Muito triste ver uma pessoa que se diz a favor de “Deus, Pátria, Família” agredir verbalmente e deliberadamente uma mulher que sofreu violência doméstica por longos anos, que emergiu das cinzas, como uma verdadeira Fênix, que ainda capenga, tentando soprar a poeira que ainda encobre seu corpo.
São muitas marcas tatuadas no corpo e na alma, são manchas impossíveis de serem apagadas, mas, como disse um pouco antes, eu estava onde deveria estar, para travar mais uma vez a luta contra a misoginia asquerosa, o preconceito seboso e, num resumo bem grotesco, para englobar toda situação, o machismo-nojento estrutural.
Doeu muito mais ouvir que tal pessoa nutre mais admiração e amor pelo meu ex-marido, que me fez conhecer a violência física, psicológica, sexual, patrimonial e moral.
Só me pergunto que tipo de pessoa tece uma narrativa a apologia da violência doméstica, ao mesmo tempo que desbulha um terço. Será que é realmente em favor de “Deus, Pátria, Família”?
De fato, não sou responsável pelo que os outros nutrem dentro de si, desde o amor, a indiferença e mesmo o ódio. O que cada um sente só diz respeito a si mesmo, no entanto, há de se respeitar as diferenças e quando isto não acontece, é preciso enfrentar, denunciar, falar, gritar… Nunca se calar.
Não aguento mais sofrer violência, quando pensei que já tinha vivido toda a minha conta para esta vida, lá vem mais pancadão. Bora para cima, combater a hipocrisia, o falso moralismo, o machismo, a misoginia, o feminicídio ainda tão forte nessa cultura patriarcal em que vivemos.
São desafios que teremos que superar, até o dia em que possamos ter nossos direitos respeitado. Lembrando que no art. 7º da Lei nº 11.340/06 diz que a violência física é entendida como qualquer conduta que ofenda a integridade ou saúde corporal da mulher.
Só queremos RESPEITO, apenas RESPEITO. Termino este artigo com um sentimento de indignação e tristeza. E você, o que sente?
Flávia Arruda – Pedagoga e escritora, autora do livro As esquinas da minha existência. flaviarruda71@gmail.com
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