AINDA LEMBRANDO COISINHAS –
Há alguns dias, tive o imenso prazer de relembrar pequenas coisinhas que esquecemos e, ao lembrá-las e praticá-las, nos tornamos pessoas muito melhores. Ainda caindo e levantando, tropeçando e recomeçando, tento, não sem árdua luta, melhorar o meu caráter nesses sentidos.
Falei de gratidão e continuo a agradecer os pequenos e grandes milagres que acontecem em minha vida e a todas as pessoas responsáveis pela divina tarefa de me dar a oportunidade de ser grata. Agradeço a muitos que, mesmo vivendo tempos de crise, conseguiram proporcionar um Natal Feliz a tantos irmãos menos afortunados, muitas vezes durante o ano inteiro.
Falei um pouco de perdão, da importância de perdoar aos outros, de, mesmo lembrando-se do acontecido, não deixar que aquele incidente envolva seu DNA e mude sua história. Também acho importante lembrar o quanto devemos perdoar a nós mesmos e, assim, seguir em frente e sermos pessoas melhores.
Falei de justiça, de usar com o próximo a mesma balança que usamos para nós e entender que cada pessoa tem uma história, e que cada história tem diferentes impactos na vida de cada um.
Falei sobre dar, sobre dividir, sobre multiplicar. Dar aos entes queridos daquilo que em nossa vida abunda é fácil, dar ao próximo o que ele precisa, e entender que, de fato, ele é que nos está a fazer um favor… isso exige amor. Dividir problemas e multipicar alegrias torna mais fácil até mesmo entender matemática!
Falei de amor e de igualdade. E logo chegaremos lá.
Mas ainda há muito a ser debatido para que a Dona Vida nos aprove.
Tratar a todos com o respeito devido é de importância crucial, e tantos de nós esquecemos isso. Não um respeito provindo da profissão ou posição social do outro. Dar um título a quem já o tem é normal, mas respeitar todos por igual, tratar com carinho, prestar atenção em cada pessoa que faz parte das nossas vidas, mesmo aquelas que, muitas vezes, mal notamos, é de importância admirável e é tarefa conseguida por uma parcela muito pequena da nossa enorme população.
Dignificar cada ser humano com os quais travamos relações é ato nobre, tão importante e tão esquecido… O costume japonês de curvar-se diante de outro ser humano, de mostrar sua humildade, de baixar a guarda e expor uma parte sensível do corpo humano como a nuca é um ato de grande entrega e confiança, de uma cultura rica e milenar.
Outra cultura tão rica e respeitosa nos apresenta o ato de tocar os pés dos pais ou parentes mais velhos: isso vem dos alegres indianos, e representa o respeito e submissão aos conselhos e ensinamentos que o outro tem em abundância dentro de si.
Respeitar os mais velhos. Isso é aprendido desde o berço nas culturas mais antigas, inclusive as já citadas: Japão e Índia.
Ainda observando o contraste com respeito à forma que tratamos os nossos amigos da mais sábia idade, recordo também das tribos indígenas, com seus caciques, pajés e “guerreiros da reserva” onde os indivíduos mais novos ouvem, cuidam, alimentam, protegem e aprendem, enquanto nós relegamos nossos “mais vividos” a asilos, “quartinhos”, além do tratamento de silêncio e falta de paciência, que, se pararmos para pensar, só nos torna menos sábios. Vamos respeitá-los e amá-los um pouco mais, lembrando, de maneira um pouco egoísta, que o tratamento que damos a eles será o mesmo aprendido por nossos jovens, e que este será o caminho da nossa própria velhice.
A felicidade também tem sido um tema bastante discutido na sociedade atual. Como encontrá-la? Como vivê-la com plenitude? Lembre-se que nada a compra e que ela nunca será encontrada em qualquer outro lugar além de dentro de cada um de nós!
Ainda nestas reflexões, trago para nós a palavra Namastê que significa “o Deus que habita em mim saúda o Deus que habita em você”. É um cumprimento ou saudação comum no sul da Ásia. É uma máxima que devemos aprender e levar por toda nossa vida.
Para terminar, dada a festividade de fim de ano, desejo a todos muita saúde, gosto pelo trabalho, amor ao próximo e carinho pela vida!
Feliz evolução!
Feliz 2017!!
Ana Luiza Rabelo, advogada ([email protected])