Um avião da companhia aérea colombiana Viva Air fez um pouso de emergência na última segunda-feira (17) com apenas seis minutos de combustível remanescente nos tanques.
A aeronave, um Airbus A320Neo, teria que ter ao menos 30 minutos de combustível ao pousar –é a chamada “reserva final”. A exigência, similar à adotada no Brasil, está no regulamento colombiano de aviação civil.
A Aerocivil, autoridade de aviação civil do país, irá investigar o caso, segundo o jornal El Tiempo. Em nota, a Viva Air disse que irá colaborar com a apuração.
Se um piloto tem menos de 30 minutos de autonomia de combustível, precisa necessariamente declarar emergência, sob pena de infração ao regulamento. O comandante do Viva Air declarou emergência, o que lhe dá prioridade para pouso.
Um caso conhecido de infração à norma foi a queda do avião com a delegação da Chapecoense, na própria Colômbia, em 28 de novembro de 2016: na ocasião, o piloto não relatou ao controle de tráfego aéreo que voava com combustível abaixo do mínimo exigido. Sem combustível, o avião caiu perto do aeroporto de Medellín. Ao todo, 71 pessoas morreram.
Uma foto no painel
Foi graças a uma foto feita por um passageiro que o caso do avião da Viva Air veio à tona. A imagem mostra o painel com a indicação de FOB (sigla em inglês para “combustível a bordo”) com indicação de 200 kg –ou seis minutos restantes, considerando um consumo de 2.000 quilos por hora dos Airbus A320Neo.
O voo 8332 decolou de Cali às 10h45 (hora local, 12h45 em Brasília) com destino a Riohacha. Em razão do mau tempo, o avião virou voando em círculos nas proximidades do aeroporto à espera de o tempo melhorar. Sem sucesso, seguiu para RioNegro, perto de Medellín –o mesmo onde o avião da Chapecoense pretendia pousar em 2006.
Só que as condições adversas impediram o pouso. Quando ficou com menos de 30 minutos de combustível, o avião declarou emergência e seguiu para Monterío, onde aterrissou 3 horas e 20 minutos depois de decolar de Cali.
Em nota, a Viva Air atribuiu à situação às condições meteorológicas, afirmou cumprir o regulamento colombiano de aviação e que, originalmente, o voo 8332 tinha combustível suficiente para mais do que o dobro do tempo inicial previsto de voo. A companhia disse ainda que tem trajetória impecável de segurança e uma frota moderna, e que está em contato com as autoridades aeronáuticas para investigação do caso.
Fonte: G1