ALEGRIA, ALEGRIA! –
Jamais tinha pensado nisso antes. Mas a tal da quarentena e do isolamento social me fizeram notar algo muito interessante. E ao ler um texto de Gilberto Amendola, que confesso, não conheço, vi que eu não era o único que tinha a percepção de que o bar é de fato uma grande invenção humana. Talvez a mais democrática delas. Pois ele é realmente aglutinador de amigos, onde se conversa sobre tudo e se resolve muita coisa.
Alegria, alegria! Viva o bar, pois ele é polivalente. E não existe apenas para reunir pessoas para bebericarem. Isso pode acontecer sim, sem duvida. Contudo, essa prática pode ser feita em casa, sozinho ou com mais alguém. Mas as reuniões num bar significam muito mais que isso. Pois nelas se conversa sobre a vida, sobre as coisas boas, problemas são resolvidas e negócios são fechados.
Ele faz as amizades florescerem e se manterem por muito tempo. Por isso um mundo sem bar é um mundo atípico, como o que estamos vivendo nos dias de hoje. É uma época diferente a que experimentamos, na qual a saudável convivência com os amigos praticamente inexiste.
Uma coisa já me preocupa e eu começo a pensar. Como acontecera depois desse isolamento compulsório? Voltaremos ao que era antes ou não? Teremos condições de dar a volta por cima e celebrarmos a vida junto aos amigos, demonstrando companheirismo, onde expomos sentimentos, emoções, onde conversamos sobre o passado, o presente e até projetamos o futuro?
Concordo com o texto que li, de que um mundo sem bar é um mundo pior, apático, cinzento, sem empatia, sem companheirismo, sem amor ao próximo. Por isso espero que essa fase passe o mais rápido possível. Que voltemos a nossa normalidade. E que possamos manter as nossas amizades a salvo. Do mesmo jeito de antes. Mesmo com álcool gel nas mãos e máscaras no rosto. Porque essas coisas, tenho certeza disso, vieram para ficar por muito tempo ainda.
Nelson Freire – Jornalista, editor do Blog Ponto de Vista, Economista e Bacharel em Direito