A Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) deve votar, nesta terça-feira (18), um projeto de lei que autoriza o governo a adotar o lockdown — medidas ainda mais restritivas — como forma de enfrentamento ao coronavírus.
Se aprovada pelos deputados, a proposta ainda precisa ser sancionada pelo governador Wilson Witzel (PSC) e, ainda assim, não obrigaria o Poder Executivo a adotá-la. A aprovação do texto apenas daria respaldo jurídico ao governo para a implementação do lockdown.
O projeto não foi articulado entre a Alerj e o governo – o que ocorre em alguns projetos “autorizativos”, para os Poderes Legislativo e Executivo dividirem o custo político da decisão.
A possível adoção do lockdown no estado ainda é uma incógnita. Na semana passada, um decreto do governador Wilson Witzel (PSC) recomendou aos prefeitos que avaliem a medida de acordo com as necessidades de cada município.
O projeto na Alerj é do deputado Renan Ferreirinha (PSB), para quem o lockdown seria uma medida temporária. “Único caminho para evitar uma pilha de cadáveres”, nas palavras dele.
Ferreirinha afirma que a Alerj não pode obrigar o governo a adotar, mas que a aprovação pela Casa seria importante por dois motivos: daria o aval popular e dividiria o ônus político com o governador.
“A gente (Alerj) não poderia obrigar, seria inconstitucional, tem que partir do governador. Mas seria simbólico que a Alerj, assim como o MP, que fez a recomendação, ter essa iniciativa”, afirma.
A proposta enumera as seguintes medidas de restrição:
- suspensão de toda atividade não essencial
- limitação de reuniões de pessoas em espaços públicos ou privados
- regulamentação de horário de serviços públicos e essenciais
- suspensão da circulação de veículos particulares (exceto para compra de alimentos e remédios)
- suspensão de entrada e saída de veículos do estado (exceto atividades essenciais como cargas e ambulância)
- multa para quem descumprir regras, como não usar máscara.
Fonte: G1