ALIENADO POR OPÇÃO OU INFORMADO POR OBRIGAÇÃO –
Ana Luíza Rabelo Spencer, advogada (rabelospencer@ymail.com)
A informação, na sociedade, sempre buscou alcançar a todos. Seja como uma fofoca de bairro ou uma notícia de importância mundial, a novidade sempre foi passada adiante por todos os meios possíveis e compatíveis à cada época. O contador de histórias (o jornalista, o escritor, o marqueteiro e até mesmo o “loroteiro”) depende dos tortuosos caminhos que a palavra usa para se disseminar, para, através dela, registrar sua voz, e fazer-se ouvir no burburinho da informação visual.
Todos os dias, nas ruas, na TV, no cinema, somos bombardeados por imagens que atordoam nossos cérebros e nem sempre nos prestam informação. A preguiça, mãe de todos os males, nos leva a sentar na poltrona e absorver raciocínios pré-fabricados, através dos quais, muitas vezes, percebemos uma ideia diversa do objetivo do emissor e, algumas vezes, é simplesmente uma ilusão, que nos afasta da realidade e nos impede de ver o mundo como ele é de fato.
Contar, através de palavras, ignorando o uso prático da imagem, é uma atividade deveras admirável e, por isto mesmo, árdua. A sutileza das palavras, o encanto por elas produzido e o tão necessário “gancho” que prende o leitor e o faz querer continuar a leitura são obstáculos diariamente vencidos pelo escritor.
Que se dizer, então, do jornalista, que retrata, cotidianamente, fatos, nem sempre agradáveis, mas que são de importância vital para a manutenção do conhecimento e da sociedade, tal e qual nós a conhecemos? Os narradores da vida, os informantes da, infelizmente tão comum, incivilidade da civilização, são heróis e muitas vezes poetas não reconhecidos.
Dentre os membros do nosso grupo social, encontramos pessoas informadíssimas, que leem e apreciam as qualidades dos nossos atualizadores, mas, lamentavelmente, também encontramos entre os nossos os alienados que se omitem e fecham os olhos, sem reconhecer a vida por não lhe dar atenção, sem tentar mudar o que está errado por ignorância, sem falar, por não se darem conta de que estão mudos.
A cultura não se mede por grau de escolaridade, mas por grau de interesse; a inteligência, tampouco, tem por parâmetro o quanto se estuda, mas o quanto se aprende.
Se a vida é uma escola que, com certeza, tem formado muitos, os jornalistas fazem parte do corpo docente. Então vamos conhecê-los e respeitá-los, pois certamente eles merecem.
Ana Luíza Rabelo Spencer, advogada (rabelospencer@ymail.com)
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