AMAR AS PESSOAS É AMAR A DEUS –
A definição de Deus é sempre e cada vez mais subjetiva, atende a interesses e opiniões diversas, mas em geral se traduz em algo positivo, daí usar nesta introdução.
Pois bem, ando recortando fotos antigas, fazendo colagens numa casa de containers que construí em Camurupim.
Como tenho muitas coisas, fotos, estatuetas de prêmios etc, sei que ao partir para o desconhecido, geralmente essas coisas se transformam em entulhos, problemas, virando meio caminho para destinação no famoso lixo.
Constatando isso, decidi usar a casa da praia para colagens, uma espécie de memorial, e estou me divertindo muito, revendo mil coisas, passagens, pessoas, situações, eventos etc.
E neste mergulho onde garimpo reminiscências muito significativas – revejo pessoas que tiveram e algumas que continuam tendo, relevância em minha vida.
E são muitas, começando por Black-out, poeta maldito que adotei. Mesmo com mil problemas de convivência, sendo eu classe média alta e ele não, estive com ele em vida e na passagem, revolvendo tudo.
Depois vieram personagens como Cícero da Pipa, Chico e Lucinha de Mãe Luiza, compadres Maria e Porrrinha, Fernando Boy, Didi, Neide, Cidas, Pretinha, voluntários da Casa do Bem, enfim, vendo as fotos do passado mil outros personagens com necessidades e demandas pontuais emergem em imagens e lembranças diversas.
Vendo as fotos para colar vi umas da Índia de mais de 40 anos atrás e tinha a figura de Buli, que dirigia o riquixá, e que era uma figuraça.
Enfim eis a vida, em todos os cantos e recantos que viajamos, encontramos almas maravilhosas que fazem com que possamos cumprir nosso dharma, tornando a vida correta e seus direcionamentos auspiciosos.
E neste portal dos sessentanos que atravesso, percebo na diversidade da adoração divina, que o certo mesmo é ver
Deus em todos os seres e, reverenciar este ser invisível, amando os conhecidos que nos são visíveis.
Amar o próximo certamente é a ponte para a comunhão com Deus.
Luzzzz.
Flávio Rezende – jornalista