AMAR SEM MANDAR –
É muita coisa para fazer em muito pouco tempo. Cada dia mais rápido, cada vez mais atividades preenchendo por completo os nossos momentos. As crianças têm escola, aula de reforço, curso de línguas, esporte e mais algumas atividades extra-curriculares. Com seu tempo completamente ocupado, não podem aproveitar a infância, as brincadeiras, a inocência. Assim, interrompem fases importantes do crescimento e perdem lições que deveriam servir de base para suas personalidades e de princípios norteadores de caráter.
Crianças que não cumprem suas etapas normais de crescimento transformam-se em adultos indecisos, inseguros e imaturos. E tendem a piorar se são superprotegidos durante a adolescência. Sem ter firmeza em suas ações, não conseguem decidir-se sobre a profissão, uma escolha séria, que é exigida muito cedo, e, se tomado o caminho errado, gerará tristeza e desgosto. Maus profissionais, que não executam suas atividades com prazer, que chegam em casa, ao fim de um dia frustrante de trabalho, descontentes e, muitas vezes, descontam esta insatisfação no cônjuge ou nos filhos, que crescem com aquele modelo de atitude e tendem a repetir o ciclo em sua própria vida.
Filhos devem ser amados, apoiados e orientados. Nunca conduzidos. Devem sentir segurança, por parte de seus pais, nunca instabilidade. Devem aprender a amar e respeitar, aos outros e a si. Tudo isso cabe aos pais ensinar e, mesmo que não tenham tido os mesmos moldes para se espelhar, os pais devem se esforçar para que os ensinamentos que passam adiante sejam retos, coerentes e dignos.
Os nossos filhos são o futuro da vida, a continuidade de tudo o que fazemos e deixamos, então vamos lhes deixar boas heranças. Não de bens materiais, mas de cultura, caráter, coragem e, sobretudo, exemplos.
Ana Luiza Rabelo – Advogada ([email protected])