Um dos principais responsáveis pelo basquete brasileiro ser respeitado em todo o mundo, Amaury Antônio Pasos morreu nesta quinta-feira, em São Paulo. A causa da morte ainda não foi divulgada. Amaury estava ao lado dos familiares. O ex-ala pivô e armador tinha completado 89 anos, na quarta-feira, dia 11 de dezembro. Amaury até hoje é o único atleta eleito por duas vezes MVP de Mundiais, em posições diferentes, a figurar no Hall da Fama da modalidade. O velório será aberto aos fãs e acontece na Rua São Carlos do Pinhal, 376, São Paulo, a partir das 10h, e vai até às 18h.
Em nota, a Confederação Brasileira de Basquete lamentou a morte do ídolo e prestou solidariedade aos amigos e familiares. A presidência da instituição declarou um período de luto de três dias para o basquete brasileiro.
– Amaury foi um gigante, um homem na vida e uma lenda no basquete. Tenho a satisfação de tê-lo tido como amigo e também como técnico. Um dos maiores não só do Brasil, mas como da história. É uma perda irreparável. Nosso corpo tem prazo aqui na Terra, mas o legado dele é eterno e suas histórias e feitos serão lembrados por gerações – citou o presidente da CBB, Guy Peixoto Jr.
Amaury foi um atleta habilidoso que teve na versatilidade uma de suas principais características. E por conseguir reunir tantos qualidades, se destacou naquela que é a época de ouro do basquete do brasil ao lado de astros como Wlamir Marques, Rosa Branca, Algodão e Ubiratan.
Com a seleção, foi bicampeão mundial e eleito MVP das duas edições, em Santiago 1959 e Rio 1963, além de ter conquistado duas medalhas olímpicas de bronze, nos Jogos de Roma 1960 e Tóquio 1964.
A fuga da natação para o basquete
A relação de amor de Amaury com o Brasil começou antes de seu nascimento. Filho de argentinos, seu pai, Antônio, trouxe a família para que o futuro astro da seleção nascesse em São Paulo, no dia 11 de dezembro de 1935.
A ida de Amaury para a Argentina aconteceu quando ele tinha cinco anos. E foi na terra-natal que ele teve o seu primeiro contato com os esportes: a natação, onde chegou a ser campeão infantil dos 400m.
Mas de tanto acompanhar o pai nos treinamentos de basquete acabou por se apaixonar pela modalidade. Até porque, segundo ele, os treinos eram menos enfadonhos e solitários.
Do infantil da ACM e do clube , Amaury atuou pelo juvenil do Buchardo, equipe da primeira divisão da Argentina. E aos 15 anos já estava integrado ao time principal. Ao falar sobre o amadurecimento efêmero, o brasileiro sempre brincou e dizia que só estava na equipe porque podia usar o agasalho da equipe e impressionar as “meninas”.
A volta para o Brasil
Aos 16 anos, Amaury voltou para o Brasil. Durante alguns meses, treinou basquete no Clube Atletico paulistano, onde jogou vôlei e chegou a ser campeão brasileiro e de seleções, como atleta de São Paulo.
Mas o clube em que Amaury despontou para o basquete brasileiro foi o Tietê. Levado pelo pai, ele continuou a jogar vôlei até que o técnico Oscar Guarana passou pela quadra durante um treino, se encantou e o levou para o basquete.
No Tietê, Amaury permaneceu até 1961. Em seguida, se transferiu para o Sírio onde permaneceu por quatro anos até chegar ao Corinthians.
No Corinthians, Amaury teve por companhia atletas como Wlamir Marques, Ubiratan, além de Rosa Branca e ficou conhecido do grande público. Em 1973, ele encerrou a carreira no Timão após conquistar os títulos de bicampeão sul-americano de Clubes Campeões (1966 e 1969) e brasileiro (1966 e 1969), tricampeão paulista (1966, 1968 e 1969) e pentacampeão paulistano (1966, 1967, 1968, 1969 e 1970).
Fonte: G1RN