A Americanas anunciou nesta segunda-feira (27) que conseguiu apoio de parte de seus credores para o plano de recuperação judicial da companhia, abrindo caminho para a sua aprovação na próxima assembleia de credores, marcada para 19 de dezembro.
O plano da empresa inclui um aporte total de R$ 24 bilhões, dividido em duas fatias:
Em nota, a empresa afirma que o grupo de “credores apoiadores” representa mais de 35% de sua dívida, que beira a casa dos R$ 50 bilhões. A Americanas espera ampliar o grupo de apoio para mais de 50% até a data da assembleia.
A Americanas entrou com um pedido de recuperação judicial em janeiro de 2023, na 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, mas o plano ainda precisa passar pela aprovação dos credores para começar a valer.
O acordo anunciado nesta segunda-feira garante que parte relevante dos credores manifestaram apoio concordaram em “dar suporte” e a votarem favoravelmente ao plano de recuperação. Isso importa porque os credores têm poder de voto proporcional ao tamanho da dívida.
“Este acordo é um marco importante de nosso processo de Recuperação Judicial e um significativo progresso da Americanas no caminho para a nossa meta de emergir como uma empresa mais forte, mais competitiva, preservando a importante atividade econômica que representa e os milhares de empregos diretos e indiretos gerados em todo o país”, disse Leonardo Coelho, CEO da Americanas, em nota.
O detalhamento do plano de recuperação será dado na Assembleia de Credores. Entre algumas das iniciativas antecipadas pela empresa está a priorização do pagamento de credores que aceitem receber até R$ 12 mil à vista em cota única, logo após a aprovação do plano. Também foram montadas alternativas especiais para os credores fornecedores da Classe 3.
Aos demais acionistas, a Americanas também prevê no plano uma previsão para as ações a serem emitidas. A cada três novos papéis emitidos, haverá um bônus de subscrição, cujo preço de exercício será de 1 centavo de real.
Além disso, serão reservados R$ 8,7 bilhões para pagamento de credores financeiros, através de leilão reverso (R$ 2 bilhões) ou pagamento antecipado de créditos com desconto (R$ 6,7 bilhões).
A companhia também prevê no plano R$ 2 bilhões para pagamento de credores financeiros por meio de mecanismo de leilão reverso e R$ 6,7 bilhões para aqueles que optarem por receber antecipadamente, mas com forte desconto.
A companhia afirmou que conseguiu assegurar na negociação com os credores apoiadores a garantia-firme para uma linha de fianças bancárias ou seguros-garantia num volume de R$ 1,5 bilhão, disponível por dois anos da conclusão das etapas de reestruturação aplicáveis aos credores que assegurarem a concessão de linhas de fianças bancárias ou seguros-garantia, ou até o encerramento da recuperação judicial, o que ocorrer primeiro.
“Após a execução do PRJ aditado, a dívida bruta da Companhia será de R$ 1,875 bilhão”, diz a nota.
Fonte: G1
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