AB JAÉCIO CARLOS

Jaécio Carlos*

Amigo é coisa pra se guardar, do lado esquerdo do peito. Canta emocionado Milton Nascimento. Mas, o que significa ser amigo? Um simples relacionamento, às vezes duradouro, quer dizer que a pessoa é amiga? Nem sempre. Dentro das atividades profissionais, lazer ou até mesmo na universidade, conhecemos pessoas de todos os matizes, pensamentos, reações e pontos de vista muito diversos do  que professamos e nos damos bem, desde que concordemos com eles. Quando há discórdia, sem diálogo, a coisa fica feia. Ate um simples  cumprimento fica frio e a amizade some.

Eu quero ter um milhão de amigos, exagera Roberto Carlos na música que correu o mundo. Será que ele atingiu essa meta? Nem sempre quem compra seus discos são os amigos, mas os fãs, admiradores. Gente que nem o conhece pessoalmente e que nunca foi aos shows.

O amigo está presente nas horas de prazer e também nas dificuldades, nos momentos difíceis, nas necessidades, emfim, perto do coração, que não o abandona nem o esquece. Ser presente, participando das alegrias e tristezas, sem exigir o que o outro não tem. Respeitar as ideias e perdoar suas falhas. Sim, porque ninguém é perfeito.

Não se deve explorar amigos nem exigir o que eles não podem oferecer. A harmonia e algo fundamental para prolongar uma amizade verdadeira.

Amigos, amigos, negócios à parte. Frase sinistra de interesseiros negociantes, como se fosse possível fazer negócios com inimigos. Em treinamento de vendas diz-se que é importante “fazer do cliente, um amigo e do amigo, um cliente”. Trocadilho interessante, mas motivador para realizar negócios. É preciso ser agradável. Diz-se que “pega-se mais moscas com uma gota de mel, do que que com um litro de vinagre”. Um pastor evangélico, americano, acho que Vincente Peale, escreveu um livro mostrando como “fazer amigos e influenciar pessoas”. Porém o mais difícil não é conquistar amigos, mas mantê-los.

E os casais, como ficam? Pra serem amigos devem começar pelo namoro, noivado (período em que se conhecem melhor, mais intimamente) e depois casam. Pelo menos era assim, antigamente, mas algumas pessoas agem dessa forma, hoje em dia, ainda. Depois de um certo tempo deixam de ser amigos e se separam. Com sorte podem ser apenas conhecidos ou inimigos ferrenhos. Depende da fortuna financeira que amealharam. Há uma regrinha simples para amenizar as dores do casamento em crise: lembrar-se de quando se conheceram. É tiro e queda e o casamento revitaliza-se.

Já os conhecidos são em maior quantidade, mas necessários apenas para bate papos, trocar ideias e se juntar nas festas e farras da vida. Mais nada.

*Jaécio Carlos – editor de livros, jornais, revistas e palestrante motivacional

 

 

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