AMOR QUE NO ES ALGO LOCO, LOGRARÁ POCO” PROVÉRBIO ESPANHOL –

Outro dia lendo uma crônica de Martha Medeiros me deparei com essa frase, que muito me fez pensar sobre os amores, as paixões, os romances nas suas mais diversas nuances.

Pensei nas paixões avassaladoras que duram instantes, nos amores eternos, nos romances de verão. A boa verdade é que todos têm a sua pitada especial, um tempero exótico e que garante sabores e aromas afrodisíacos. Assim sendo, se não houver um pouco de “loucura sã” nos amores, nos casos e em todo esse emaranhado de sentimentos que causam prazeres, o romance começará com tempo certo para findar. Nem mesmo os amores eternos suportam rotinas entediantes regadas ao marasmo da mesmice, da falta de criatividade.

Surpreender é a palavra de ordem nesses casos. Quem nunca se deparou com um outdoor em plena avenida paulista com um encantador pedido de casamento? Ou, nos casos mais recentes, o pedido de casamento feito nas alturas seguido de queda livre a 200 km/h. Bom, se esse pedido tivesse sido pensado para mim, com certeza eu teria ficado para titia, pois morro de medo de alturas e ainda mais pular em queda livre, Deus me livre!!! Um caminho de pétalas iluminado pelos primeiros raios de sol, que leva ao tesouro perdido, com direito a mapa para desvendar as grutas e lugares inabitáveis, atiça a imaginação e nem precisa correr o risco de ficar viúva, ou deixar um viúvo.

Um dia eu estava no supermercado e vi um pequeno palco montado, um cara sentado com o violão de frente para o microfone. Tentei descobrir que dia seria aquele, não era dia das mães, nem dia dos namorados. Embromei um pouco mais pelas seções próximas para esperar o desfecho, não demorou muito e a música de Roberto Carlos tomou conta do ambiente, entrou em cena um novo personagem, com um buquê de flores em punho, ele fitava uma jovem que estava no caixa passando suas compras. A cena foi Hollywoodiana, ao final da música o jovem com as flores toma o microfone e faz uma declaração de amor à esposa. Revela que há exatos 12 meses se conheceram naquele supermercado e apaixonaram-se.

Um café da manhã na cama; uma frase picante no meio da tarde enviada pelo celular – de preferência durante aquela reunião importantíssima; um beijo roubado com uma mão boba quando o sinal fecha, entre carros e gente; um jantar à luz de velas… Todos nós gostamos de nos sentirmos desejados, e se formos surpreendidos sem serem datas comemorativas, em um dia qualquer, no meio de uma semana estressante… Como disse Marta Suplicy em 2007 – sobre a crise aérea: “Relaxa e goza porque você vai esquecer dos transtornos”.

E o amor, ah esse fica mais gostoso!

 

 

 

 

 

Flávia Arruda – Pedagoga e escritora, autora do livro As esquinas da minha existência, [email protected]

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