Os parlamentares alemães reelegeram pela quarta vez Angela Merkel para o cargo de chanceler do país nesta quarta-feira (14), por 364 votos a 315. A reeleição de Merkel coloca fim a seis meses de bloqueio político na maior economia da União Europeia.
“Eu aceito o voto”, disse Merkel à câmara baixa do Bundestag, o parlamento da Alemanha, logo após a votação, que teve apenas nove abstenções.
Ainda nesta manhã, Merkel foi nomeada formalmente pelo presidente Frank-Walter Steinmeier, no Palácio de Bellevue, na sede da presidência. Depois, ela retornou para o parlamento, onde prestou juramento. “Com a ajuda de Deus”, ela prometeu, pela quarta vez, colocar sua “força a serviço do bem do povo alemão” e “proteger e defender a Lei fundamental e as leis da Federação”.
Esse 4º mandato será, possivelmente, o último e mais desafiador da chanceler, que teve dificuldades para formar a atual coalizão que governará o país, formada pelo Partido Social-Democrata (SPD), a União Social Cristã (CSU) e a União Democrata Cristã (CDU), partido de Merkel. A coalizão tem 399 cadeiras das 709 da Câmara, de acordo com a Associated Press.
As eleições ocorreram em setembro de 2017, mas a coalizão só foi formada neste mês, quando o SPD concordou em participar da aliança. Desde então, Merkel seguiu no poder interinamente. A Alemanha nunca tinha ficado tanto tempo sem governo após uma eleição parlamentar.
Na tentativa de formar uma base de apoio, Merkel tentou formar uma coalizão com os liberais e o Partido Verde, apelidada de “Jamaica” pela imprensa por causa da cor das bandeiras dos partidos, mas as negociações fracassaram.
A premiê então se voltou para os social-democratas, que na noite da eleição anunciaram que iriam para a oposição e não participariam de um quarto governo Merkel.
Quando o SPD passou a negociar um governo, a mudança não foi bem recebida pela base, que preferia ser oposição. Mas, após um amplo debate interno, o partido optou por continuar na situação.
Esta é a terceira vez que o SPD participa de uma coalizão de governo de Angela Merkel (as outras foram as das legislaturas de 2005-2009 e 2013-2017. Na de 2009-2013 a chanceler alemã governou com apoio do Partido Liberal.
Neste novo ciclo, Merkel comandará um governo com mudanças já que integrantes da coalizão dão indícios de que querer demonstrar sinais de renovação.
O desafio da chanceler será manter unida a sua base de apoio em um momento em que a União Europeia enfrenta uma guerra comercial com o Estados Unidos e que países europeus, como a França, buscam mudanças dentro do bloco.
Fonte: G1
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