APENAS, UMA IDEIA! –

Em época de tão intenso debate sobre o meio ambiente, o RN teria todas as condições de reivindicar em seu território, que áreas fossem declaradas “Patrimônio da Humanidade” para estimular o ecoturismo, atividades econômicas e turísticas.

A UNESCO desenvolve atividades na proteção e conservação dos chamados sítios do patrimônio mundial natural.
São áreas únicas no mundo, reconhecidas pelo seu valor universal e importância natural e cultural, que precisam ser preservadas para o bem estar da humanidade, sem prejuízo do uso econômico sustentável.

Refiro-me, por exemplo, ao espaço geográfico, com mais de 2.000 hectares a beira mar (14 km de praia virgem), localizado em Baía Formosa (“Mata da Estrela”), inserido no domínio da “Mata Atlântica” brasileira (15% do território nacional) e que cobre 17 Estados.

Além desse, situam-se no RN as reservas de Stoessel de Brito, em Jucurutu e outras em Acari e Taipu.

A “Mata da Estrela” foi tombada pelo Estado em 1993 e passou a integrar a “Reserva da Biosfera da Mata Atlântica Brasileira”.

No ano 2000 transformou-se em RPPN – Reserva Particular do Patrimônio Natural -, unidade de conservação, que visa a proteção dos recursos ambientais existentes.

A “Mata Atlântica” deu origem ao nome do país pela extração do “pau brasil”.

Hoje se acha muito devastada. Há como recuperá-la, considerando ser a nossa segunda maior floresta tropical úmida, perdendo apenas para a Floresta Amazônica.

Estima-se que abrigue cerca de 10 mil espécies de plantas, com uma infinidade de cores, formas e odores diferentes.

A “Mata da Estrela” potiguar compreende áreas de praias, lagoas e dunas, incluindo fauna e flora originais, todos classificados como ecossistemas da Mata Atlântica. Dispõe de biodiversidade extremamente variada e fontes de água ricas na sua composição mineral.

Considerando que se situa ao lado da praia de “Pipa” – consagrado polo de turismo –, as suas belezas naturais únicas poderão consolidar destino turístico nobre e de valor inestimável para a humanidade. Por tal razão, não será impossível buscar o reconhecimento da UNESCO e torná-la “Patrimônio da Humanidade”, desde que exista o compromisso imprescindível de conservação.
Faltam apenas criatividade e ação.

O primeiro passo seria a criação no local de um Parque Nacional, que torne a área disponível para pesquisas em seus ecossistemas, com atrativos científicos e culturais, além de turístico.

Quando deputado federal apresentei proposta nesse sentido, que está nos arquivos da Câmara.
Três sítios naturais na Mata Atlântica já obtiveram reconhecimento junto à Unesco, como patrimônios mundiais. São eles: Parque Nacional do Iguaçu (1986), Costa do Descobrimento Reservas de Mata Atlântica (1999) e Mata Atlântica Reservas do Sudeste (1999).

Por que não reivindicar o mesmo tratamento para a “mata da estrela” potiguar, uma das últimas áreas de Mata Atlântica do Nordeste e a única do Brasil localizada sobre dunas?

É fundamental deixar claro que essa proposta não visa “sacralizar” a Mata da Estrela. Ao contrário, tem o objetivo de permitir o seu uso econômico, estimulando atividades sustentáveis e geração de renda.

E aí entra a revolução tecnológica, que fomenta um novo tipo de desenvolvimento, através da associação do cientista com o empreendedor privado, incrementando a inovação e sustentabilidade (incubar projetos e “startups”).

O campo mais próspero seria incentivar um projeto de pesquisa e produção de medicamentos, originários de matéria-prima vegetal, através do uso dos ativos da biodiversidade.

O acervo natural permitiria a identificação de plantas, suas moléculas ou comportamentos e conhecimento de técnicas nativas desenvolvidas pela natureza há milhões de anos.

A partir daí, a implementação da pesquisa de plantas medicinais tradicionais, para uso em saúde pública.

Com isso, a exemplo de tantas experiências globais, o RN poderia dar ao país exemplo de aproveitamento da riqueza medicinal das plantas.

Isso se tornaria possível, através do uso de artigos de biodiversidade e a consequente criação de novos produtos fitoterápicos no mercado, com grande potencial econômico.

Apenas, uma ideia, para reflexão de quem de direito!

 

 

 

Ney Lopes – jornalista, ex-deputado federal e advogado – [email protected]
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