Mudança de posição
Até a demissão de Gonçalves Dias, integrantes do governo se posicionavam contra a instalação da CPI mista sobre os atos golpistas. Parlamentares governistas, inclusive, tentavam convencer deputados e senadores a retirarem assinaturas do pedido de criação da comissão, a fim de inviabilizar o colegiado.
O próprio presidente Lula deu declarações contrárias à instalação de uma CPI sobre o 8 de janeiro. Lula dizia que o Executivo tinha os instrumentos necessários para apurar os crimes, sem necessidade de uma participação do Legislativo nas investigações.
Nesta quarta-feira (19), horas depois da saída de Gonçalves Dias do GSI, os líderes do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), e na Câmara, José Guimarães (PT-CE), defenderam a instalação da CPI.
Criação da CPI mista
O presidente do Senado e do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), já prometeu que irá ler o requerimento de instalação da CPMI na sessão do Congresso da próxima quarta-feira (26), se houver apoio suficiente – são necessárias 171 assinaturas na Câmara e 27 no Senado.
Até agora, segundo o líder da Oposição na Câmara, Carlos Jordy (PL-RJ), há 194 assinaturas de deputados e 37 de senadores.
Medidas provisórias e arcabouço fiscal
Alexandre Padilha disse ainda que a instalação da CPMI não deve atrapalhar os planos do governo no Congresso para a aprovação de medidas provisórias e do novo arcabouço fiscal, que deve ser votado com rapidez.
“Tanto o presidente da Câmara quanto o do Senado já sinalizaram isso publicamente”, afirmou.