Em uma área montanhosa e com as principais estradas e linhas ferroviárias destruídas, equipes de resgate de Taiwan tentavam nesta quarta-feira (3) resgatar centenas de pessoas que ficaram presas em túneis, edifícios e até pedreiras por conta do forte terremoto que atingiu o país.
Nove pessoas morreram e 974 ficaram feridas por conta do tremor, de magnitude 7,4 — o pior no país em 25 anos. Nesta quarta, a Embaixada do Brasil em Taiwan disse que não há brasileiros entre as vítimas.
Entre as pessoas que as equipes tentavam localizar e resgatar nesta quarta, estão:
- Cerca de 70 mineiros que trabalhavam em duas pedreiras na região de Hualien, a mais próxima do epicentro do tremor, e ficaram presos entre pedras;
- 50 funcionários e turistas de um hotel que estavam em dois ônibus no momento do terremoto;
- 70 pessoas haviam ficado presas em túneis da região — elas passavam por lá de carro quando as estradas desabaram parcialmente;
- Dezenas de moradores presos em prédios que também desabaram parcialmente.
O principal desafio é a geografia da região, muito montanhosa, combinada com o fato de que as principais estradas e linhas ferroviárias de Hualien foram totalmente ou parcialmente destruídas, segundo as autoridades.
Por isso, a única forma de chegar aos locais é pela via aérea. Nesta manhã, uma equipe conseguiu resgatar um grupo de pessoas que estavam presas em um túnel da região.
A Agência Nacional de Combate a Incêndios de Taiwan afirmou que os mineiros ficaram retidos em pedreiras na região do epicentro do tremor.
De acordo com a agência, 64 mineiros deles estão em uma pedreira perto de uma mina de carvão, e outros seis trabalhadores, em uma pedreira diferente, segundo a agência. As autoridades afirmaram que ainda não haviam começado os trabalhos de resgate aos mineiros.
Na manhã de quarta-feira no horário local (noite de terça-feira pelo horário de Brasília), um forte terremoto de magnitude 7,4 deixou nove mortos e 946 feridos em Taiwan. Alertas de risco de tsunami chegaram a ser emitidos para o Japão e para as Filipinas, mas foram retirados posteriormente.
Estragos em Taiwan
Segundo as autoridades, as quatro pessoas que morreram estavam no condado montanhoso e pouco povoado de Hualien, que fica próximo ao epicentro do tremor, na costa leste da ilha, a cerca de 150 km da capital, Taipei. Diversos imóveis ficaram danificados na região, incluindo dois prédios que tombaram.
De acordo com a Agência Meteorológica do Japão, o tremor foi de magnitude 7,7. Ele teria ocorrido a apenas 15,5 km da superfície, o que explica o poder de destruição elevado.
Em todo o país, pelo menos 26 edifícios desabaram, de acordo com as autoridades. Socorristas trabalharam no resgate de dezenas de pessoas que ficaram presas entre os escombros. O governo calculou o número de feridos em 821.
Segundo as autoridades, cerca de 50 pessoas — a maioria turistas — que estavam em quatro microônibus e visitariam um parque nacional estão desaparecidas. Não há confirmação sobre a nacionalidade destes até a última atualização.
Deslizamentos de terra também foram registrados após o tremor. Na capital Taipei, parte da cidade ficou sem energia. Carros foram obrigados a parar nas rodovias durante o terremoto.
Um brasileiro registrou o momento em que móveis e objetos em seu apartamento se movem e ele precisa deixar a sua residência.
Tremores secundários ainda puderam ser sentidos em Taipé, com mais de 50 registrados, segundo as autoridades meteorológicas.
A agência oficial de notícias de Taiwan afirmou que esse é o terremoto mais forte registrado desde 1999, há 25 anos, quando um tremor provocou a morte de 2,4 mil pessoas e danificou 50 mil imóveis.
Risco de tsunami
Alertas de risco de tsunami foram emitidos pelas autoridades para áreas costeiras de ilhas do Japão e das Filipinas.
Em um primeiro momento, as autoridades chegaram a alertar para ondas de até 3 metros na ilha japonesa de Okinawa. Moradores que vivem na região receberam uma ordem de retirada.
Cerca de três horas após o terremoto, o Japão cancelou os alertas de tsunami. A TV japonesa NHK disse que ondas de 30 centímetros foram registradas na ilha japonesa de Yonaguni, que fica a cerca de 100 km da costa leste de Taiwan.
Já nas Filipinas, o governo também pediu para que moradores de áreas costeiras deixassem suas casas.
Fonte: G1