A Argentina pôs em circulação nessa segunda-feira (22) a nova cédula de 2 mil pesos, a maior em valor nominal, em um contexto de escalada da inflação acelerada. Pela cotação oficial, a nova nota equivalia a US$ 8,20, o que dá cerca de R$ 40. No paralelo, porém, o valor equivale pouco mais de US$ 5, cerca de R$ 20.
Até o lançamento, a maior cédula em circulação no país era a de mil pesos e o Banco Central da República Argentina (BCRA) espera que o novo bilhete facilite transações bancárias e alivie a sobrecarga de caixas eletrônicos.
“Enquanto avançamos no processo de digitalização dos pagamentos, a nova cédula deve otimizar transferências em dinheiro e o funcionamento dos caixas automáticos”, disse o BC argentino, em um comunicado.
Na nova cédula, estão os rostos de Cecilia Grierson (1859-1934), a primeira mulher a conseguir um diploma de médico na Argentina, e de Ramón Carrillo (1906-1956), ex-ministro da Saúde do país.
Inflação galopante
Os preços ao consumidor na Argentina subiram 8,4% em abril em relação ao mês anterior, com variação acumulada de 32% no ano e taxa interanual de 108,8%, maior patamar em mais de 30 anos. Consultores econômicos estimam inflação em torno de 126% em 2023.
No dia 15 de maio, o Banco Central da Argentina elevou a taxa de juros de 91% para 97%, em uma primeira medida de um pacote anunciado pelo governo do país para o combate à inflação.
No anúncio, o governo afirmou que o objetivo da alta nos juros é ter “retornos reais positivos sobre os investimentos em moeda local [rumo à rentabilidade] e atuar imediatamente para evitar que a volatilidade financeira aja como um motor das expectativas de inflação”, afirmou o BC argentino em comunicado oficial.
Seca e encolhimento das reservas
O país enfrenta também a pior seca da história, que afetou sua maior fonte de receita, o setor agroexportador.
Desde janeiro, a Argentina perdeu mais de US$ 5,5 bilhões (R$ 27 bilhões) de suas reservas internacionais, que se encontram em US$ 33,58 bilhões (R$ 164 bilhões), informou o Banco Central. As reservas líquidas, no entanto, estariam bem abaixo deste número, segundo economistas.
Fonte: G1RN