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HERÓIS DA RESISTÊNCIA E ESPERANÇA – 

Recentemente Roberto Cavalcanti, empresário vitorioso e diretor da CNI, publicou um artigo na imprensa paraibana sobre os heróis da resistência, lembrando 25 de maio, o dia da indústria. Há muito, coincidentemente, também me refiro aos que fazem a indústria brasileira como “heróis da resistência”, termo que traduz as dificuldades que enfrentamos – em barricadas de resistência – todos os dias para empreender, algumas das quais o texto de Roberto Cavalcanti menciona: “ouso dizer que nunca, em minha trajetória empresarial, estive tão exposto ao futuro do Brasil como no momento presente. Vivo um momento em que a atividade econômica no País chega a níveis alarmantes de queda”.

O momento, de fato, está muito difícil. Há uma crise econômica mundial agravada, no Brasil, pela instabilidade política, algo possível de ser enfrentado se Governo e Oposição cooperassem em torno de um pacto mínimo para que os postulados da economia não fossem afetados. Os investidores se afastaram do País pela sucessão de erros na gestão pública e na política econômica, e, enfim, pela insegurança jurídica e o ambiente hostil ao capital privado motivado por medidas intervencionistas e ideológicas. São conhecidos os casos de preciosismo e excessos em atividades de fiscalização que terminam por conspirar contra o desenvolvimento industrial em um momento que, por si, já é muito grave.

Precisamos reagir! O momento de celebração à indústria é oportuno para um grito de conclamação não apenas a favor do segmento industrial, mas, sobretudo, um alerta à bem do empreendedorismo! O empreendedor, de fato, é um herói. Vence, todos os dias, inúmeros desafios e contra ele se levantam adversários – por diferentes razões – em muitos lugares e situações. Mas, mesmo sendo herói, o empreendedor precisa sempre de algum apoio para alcançar a vitória e, ao consegui-la, divide o bônus – arrecadação, empregos, renda partilhada, infraestrutura, etc – com toda a sociedade. Ser empreendedor, portanto, não é liderar um projeto individual. Bem ao contrário. Qualquer empreendimento gera dividendos sociais. Deveria ser aplaudido. Aliás, brinco dizendo que todo empreendedor deveria ter um monumento em sua homenagem, tamanho é o seu heroísmo.

O certo é que o País precisa valorizar – mais e mais – o empreendedorismo como valor social e conceito estratégico para o futuro. Precisamos, em todos os lugares, ter um ambiente de negócios menos travado, mais produtivo e, por sua vez, um Estado menos intervencionista, mais transparente, eficaz e provedor de melhores resultados para a sociedade brasileira.

Como resistentes, também somos esperançosos. Todos os dias, mesmo sabendo das dificuldades que vamos enfrentar, renovamos as esperanças que o dia seguinte será um pouco melhor e assim, de hora em hora, vamos reconstruindo caminhos, buscando novos horizontes, celebrando resultados, mesmo os mais modestos. É a tarefa do empreendedor, ou seja, é a missão de quem é herói da resistência e da esperança.

Amaro Sales de Araújo, Presidente da FIERN e COMPEM/CNI.

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