CHEFES E LÍDERES –
A maioria de nós precisa trabalhar para cumprir suas obrigações. Infelizmente, algumas vezes somos obrigados a nos deparar com pessoas que não estão preparadas para liderar e que criam um “estado de terror” entre os seus subalternos, a tal ponto que grande parte deles somatiza as tensões laborais e transforma em doenças físicas o que acontece no local de trabalho.
Algumas pessoas têm o dom de liderar, de inspirar confiança e respeito de forma natural em seus subordinados. São chefes justos, amados e, em seus locais de trabalho, a função é exercida por vontade e com prazer. Mesmo o seu rigor é feito com ponderação, seguindo o princípio constitucional da isonomia, que prega que “isonomia não é apenas garantir a igualdade formal, perante a lei, mas tratar os iguais igualmente e os desiguais desigualmente, na medida de suas desigualdades”.
Outros apenas sabem gritar, humilhar, impor, tratando a todos como inferiores, não na hierarquia laboral, mas como seres humanos menores. E isso gera tensões e preocupações desnecessárias, além daquelas já trazidas pela realidade e responsabilidade.
Os chefes deste tipo precisam trabalhar com máquinas, pois não entendem a complexidade dos humanos. Não entendem que o rendimento do trabalho diminui, a qualidade cai, quando se trabalha apavorado.
Estes chefes conhecem a hierarquia do trabalho, assim como seus empregados, mas, diferente deles, só sabem respeitar quem está acima no organograma, e acreditam que maltratar quem está abaixo lhes renderá pontos.
Pontos de quê? Pontos para quê? O bom trabalho, o trabalho feliz, é pontuado. O trabalho aterrorizado é desleixado, é imperfeito e coberto de dramas, de mau humor, de desamor.
Se o amor, como tenho dito, é base de tudo, por que não sê-lo no ambiente de trabalho? Por que utilizar-se de artifícios vis e exaurir a fonte alheia em nome de ser ainda mais rico?
Não sei responder tais questões. Tudo que sei é que devemos fazer com os outros apenas o que desejamos receber em troca, e isso é o alicerce de um mundo melhor.
Ana Luiza Rabelo, advogada (rabelospencer@ymail.com)
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